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Saúde

Surto mundial de sarampo: Cabo Verde não regista nenhum caso desde 1998

Apesar do alerta da OMS sobre o surto mundial de sarampo presente em 181 países, Cabo Verde continua sem nenhum caso desde 1998. Ainda assim, o Ministério da Saúde diz-se alerta, chamando a atenção para a importância da vacinação e do reforço da vigilância nos pontos de entrada de pessoas provenientes dos países onde o vírus já circula.
O mundo está a ser assolado por um novo surto de sarampo, que já atingiu 181 países, em vários continentes. De acordo com os últimos relatórios preliminares da Organização Mundial da Saúde (OMS), só nos primeiros seis meses deste ano, os casos de sarampo foram os mais altos desde 2006 (ver caixa). Cabo Verde, curiosamente, não se encontra afectado.
A última epidemia, neste arquipélago, foi em 1998. Na altura, houve cerca de 9 mil casos notificados a nível nacional, dos quais 49 redundaram em óbito. A partir dali, o país apostou nas campanhas de vacinação, atingindo a meta de 90% há cinco anos e 95% há três anos, segundo a Coordenadora Nacional do Programa Alargado de Vacinação e Saúde Infantil de Cabo Verde, Evanilda Santos.
“Na última campanha realizada em Novembro de 2018, em que a população alvo foram as crianças dos nove meses aos cinco anos, tivemos uma cobertura de 96,3% a nível nacional. Em quase todas as ilhas ultrapassamos os 95%, excepto em São Vicente, Sal e Boa Vista, onde não ultrapassámos os 90%, tendo em conta que a população não é totalmente residente devido à entrada de turistas, o que requer uma atenção específica”, explicou esta responsável ao A NAÇÃO.
Reforço nas medidas de prevenção
No entanto, apesar de uma taxa elevada de vacinação que diminui a possibilidade de casos de sarampo no país, Evanilda Santos diz que, com a alerta da OMS, foram reforçadas as medidas para continuar esta luta de não deixar esta epidemia entrar no país.
“Com a alerta da OMS, reforçamos as acções de procura ativa dos ‘faltosos’ (pessoas que não completaram as duas doses de vacinas necessária) a nível nacional, com saídas semanais às comunidades no sentido de identificar estas pessoas e sensibilizar as comunidades com palestras diariamente nos Centros de Saúde”.
Isto além da sensibilização das pessoas que fazem a vacinação para aproveitarem as oportunidades perdidas, ou seja, “caso encontrarmos uma criança num hospital, na pediatria ou outros estabelecimentos de saúde que seja reencaminhada para este serviço para evitarmos faltosos por vacinação”, salienta.
Ainda, com o intuito de prevenir a entrada no país desta doença altamente contagiosa, aquela responsável acrescenta que, neste momento, estão com atenções redobradas principalmente nos pontos de entrada de turistas e pessoas provenientes dos países onde este vírus já circula.
Quem, onde e quando deve vacinar?
Sobre as próximas campanhas de vacinação, Evanilda Santos diz que não há uma previsão já que é a OMS que decide nesse sentido, designadamente quando o país estiver a correr algum risco de epidemia.
No entanto, adiantou que, de três em três anos, são realizadas campanhas contra o sarampo, rubéola e parotidite para crianças entre os 0 a 5 anos como forma de colmatar os susceptíveis casos.
“Na maioria dos casos, as crianças tomam a primeira dose mas não são levadas para tomarem a segunda. Sendo assim, quando descobrimos, solicitamos que passem nos Centros de Saúde para serem vacinadas independentemente de estar a decorrer ou não uma campanha”, explica.
Em relação aos adultos, Evanilda acredita que a maioria está vacinada, dado que foi realizada, em 2013, uma campanha contra o sarampo para pessoas dos 9 meses aos 25 anos, colmatando assim qualquer lacuna que podesse existir entre aquela faixa etária. 
RM
(Publicado no A Nação impresso, nº 627, de 05 de Setembro de 2019)

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