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Sociedade

Galeria de betão vai dar novo rumo às águas pluviais na Laginha

O Ministério da Economia Marítima anunciouaontem a construção de uma galeria de betão na praia da Laginha, com vista a desviar o ponto de saída das águas das chuvas, que passam a cair na extremidade do atual exporão, numa área livre e de fácil disseminação.
O projeto, orçamentado em cerca 50 mil contos, é uma medida de proteção que propõe efetuar o equilíbrio entre a enseada de corais e a parte balnear, esta última dividida em duas componentes: a proteção do areal, que representa o investimento feito na praia e a suade pública.
A galeria consiste, segundo o engenheiro James Ramos, no prolongamento da rede de drenagem da sub bacia norte de Chã de Alecrim e Madeiralzinho, com a água a sair na extremidade do atual esporão.
“Nos estudos e dados disponíveis pode-se ver que, com as linhas de corrente e a dinâmica marítima, a saída de águas nessa ponta do esporão será benéfica quer para a enseada de corais, quer para a proteção da praia para os banhistas, criando as condições de utilização da praia 24h após uma chuvada, como aconteceu este ano” garante James Ramos.
Com esta obra, a tubagem atual vai permitir desaguar na galeria, que, por sua vez, leva as águas até mais para dentro do mar, na ponta do esporão. Um outro ganho será o alargamento e prolongamento do próprio pontão, que “tornar-se-á numa zona lúdica e onde poderá surgir um trampolim”, a semelhança do que havia antes na Matiota.
A ideia, antes defendida pelo movimento em prol da enseada de corais como uma das possíveis soluções, é agora considerada uma “distração”, tendo sido contestada por biólogos da Universidade de Cabo Verde, durante a sua apresentação.
Rui Freitas considerou que a iniciativa peca por ser feita sem consultar o público, a exemplo do que acontece noutros países, apresentando-se como sendo a “única solução viável e possível” e sem abertura para a discussão de outras soluções.
Na mesma linha, o porta voz do movimento pela enseada de corais da Laginha, Guilherme Mascarenhas, retomou a questão da urgência em encontrar uma alternativa para a comunidade coralina naquela zona, com a implementação de um projeto “muito mais barato” e que resolveria “provisoriamente” a ameaça à enseada.
A solução, defende Guilherme, seria fazer uma abertura na antiga saída de águas a mantê-la até chegarem num consenso sobre a obra a se realizar.
Este engenheiro explica, entretanto, que o movimento não está contra a obra agora anunciada, mas defende a sua discussão com a comunidade científica e a realização de estudos de vária ordem, nomeadamente o estudo de impactes ambientais e de correntes marítimas.
Por outro aldo, Guilherme defende que, ao implementar este projeto, e com o montante de dinheiro que se prevê gastar, poder-se-ia aproveitar e deslocar o esporão para outro lugar, devolvendo à praia a dinâmica de ondulação propícia para a prática de surf e windsurf, um dos desportos atualmente “em alta” em Cabo Verde e que teria muito a ganhar com a anunciada construção de hotéis naquela orla marítima.
Ainda não há uma data para a execução da obra, visto que a mesma deverá passar por concurso, mas, James Ramos adianta-se que o seu tempo de execução nunca poderá ser inferior a três meses.
NA

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