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Sociedade

Praia: Escola da Capelinha à espera de melhores dias

O arranque do ano letivo 2019/2020 na Escola Capelinha de Fazenda, Cidade da Praia, não foi fácil.
É que faz praticamente uma semana que a Escola Capelinha, uma das mais antigas escolas primárias da capital, foi assaltada na madrugada de domingo passado, 22, algumas horas antes do arranque de mais um ano lectivo.
Tendo em conta que à noite, a escola costuma abrigar algumas viaturas, prestando serviços de segurança, os assaltantes partiram dois automóveis, entre eles um táxi, em que o prejuízo recai sobre a responsabilidade da mesma.
Além disto, roubaram um vídeo-projetor entre outros materiais importantes que de alguma forma, deixam falta neste estabelecimento de ensino.
Segundo informações apuradas pelo A NAÇÃO, no local, o guarda que encontrava de serviço reagiu ao assalto e consequentemente foi ferido e amarrado. Foi nestas condições, que o mesmo se dirigiu à esquadra de polícia local para dar o conhecimento do ocorrido. Depois disso, os policiais fizeram algumas voltas mas não descobriram qualquer suspeito. O caso já se encontra com Polícia Judiciária que irá proceder com as investigações.
Professores por colocar
Entre outros constrangimentos de arranque de ano letivo na escola Capelinha, alguns pais e encarregados da educação dos alunos do primeiro ano estavam “furiosos” com a direção da escola que no segundo dia de aulas, ainda não tinha o nome de todos os matriculados na lista, sem dizer que ainda faltavam professores.
Apesar de não quererem gravar uma entrevista, alguns pais que estavam na porta da secretaria da escola minutos antes das 8 horas da passada terça-feira, 24, mostraram a sua indignação perante a situação que segundo eles já devia estar solucionada.
“Matriculei o meu filho aqui e desde ontem que não encontramos o nome na lista. Hoje estou aqui mais uma vez para resolver isto. Ouvi outros pais a dizerem que foram enviados listas com nome de alunos para a escola de Bairro Craveiro Lopes mas se o nome do meu aluno estiver nesta lista, teremos problemas porque se eles não tinham espaço para mais alunos não deveriam aceitar as matrículas na primeira hora. Não é agora que já estamos matriculados aqui que vão decidir para onde vão as nossas crianças”, reclamava uma das mães.
Para essa fonte “esta situação não está tão perto de se resolver e já estou no meu segundo dia de atraso no trabalho e o meu filho perde o aproveitamento a cada dia que passa”.
Ao lado, uma outra encarregada de educação. Desta vez, uma avó lamentava a falta de professor que apesar de estar já no segundo dia de aulas, ainda não se sabe quem é, nem quando chega.
“Ontem trouxe o meu neto ansioso para o seu primeiro dia de aulas e quando chegamos, deram-nos esta notícia desoladora de que ainda não se tem professor. Hoje estou aqui novamente para saber até quando o meu neto vai ficar fora da sala, sabendo que outras turmas do primeiro ano tem espaço para mais alunos e eles não adicionam” questiona.
Gestora remete explicações para delegação escolar
Diante destas situações, e também para mais detalhes sobre o assalto, tentamos mais tarde contactar a gestora da escola que nos remeteu para a Delegação da Educação já que fez a mesma coisa com os pais.
“Se querem saber como arrancou o ano letivo na Capelinha aconselho-vos a dirigirem-se à delegação que só eles podem dizer alguma coisa, incluindo os constrangimento que estamos tendo. Acabei de fazer a mesma coisa com os pais que estavam aqui desde manhã a reclamarem”.
Na insistência de conseguir mais informações, a mesma prosseguiu dizendo que não tem sido fácil ser gestora deste estabelecimento de ensino que é uma das escolas com maior número de alunos e que a cada dia enfrenta um problema.
Neste sentido, esta gestora diz até que já solicitou uma transferência junto da delegação deixando bem claro que já não quer mais permanecer na direção da Escola Capelinha.
Por cerca de meia hora em que a equipa de reportagem, do A NAÇÃO que permaneceu nesta escola, pudemos constatar que os edifícios carecem de intervenções sérias a nível de infraestruturas, uma vez que a própria secretaria tem buracos bem visíveis no telhado.
O pátio deixa muito a desejar e as salas de aulas constituem um perigo para os alunos e professores com tetos a desabar, telhados quebrados, conforme algumas fotografias que nestes dias passaram a circular nas redes sociais, pondo a nu as condições de precariedade no polo educativo nº 12 da Fazenda, uma das mais antigas escolas da Cidade da Praia, que apesar das suas condições nunca perdeu o realce por ser das escolas públicas mais procuradas da capital.
RM

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