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Moçambique: Polícia detém suspeitos de ataques armados

A Polícia moçambicana deteve, sexta-feira, 11, três homens suspeitos de serem os responsáveis por alguns dos ataques a veículos no Centro daquele País Lusófono da África Oriental, bem como por um homicídio e destruição da viatura de um dirigente local.

“Todos estes casos foram esclarecidos com a captura destes homens”, referiu Mário Arnaça, chefe de Relações Públicas da Polícia na Província de Manica.

Em causa estão ataques armados, registados desde Agosto, contra camiões de mercadorias, autocarros e até uma ambulância, em diferentes troços de estrada do Centro do País, incluindo a estrada nacional 6 (EN6), que já provocaram vários feridos e, pelo menos, quatro mortes, segundo as autoridades.

A EN6 é um concorrido corredor de mercadorias e passageiros entre a cidade da Beira, na costa do Índico, e o Zimbabué.

O último ataque aconteceu a 3 de Outubro, quando um autocarro da Transportadora Naji, que fazia o percurso entre as cidades da Beira, Província de Sofala, e Quelimane, Província da Zambézia, foi alvejado por desconhecidos, provocando um morto e seis feridos.

Os detidos são ainda suspeitos de terem assassinado um dirigente da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), Partido no Poder, a 1 de Outubro, em Mossurize, no decurso da campanha para as Eleições Gerais de 15 de Outubro, e de ter incendiado a viatura protocolar do administrador do Distrito de Gôndola, a 8 de Outubro – tudo na Província de Manica.

Mário Arnaça diz que há “fortes evidências” de que os detidos sejam “homens armados da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo)”, indicando-os como um tenente, um major e um motorista do antigo presidente da Renamo, Afonso Dhlakama.

A declaração opõe-se à que foi feita a 1 de Outubro, quando Orlando Modumane, porta-voz Nacional da Polícia, referiu, em Maputo, que os ataques não estavam associados a guerrilheiros da Renamo, actuais ou dissidentes.

José Manteigas, porta-voz do Partido, disse hoje à Lusa que não há nenhuma ligação.

“Os guerrilheiros da Renamo estão no processo de acantonamento”, no seguimento do Acordo de Paz assinado com o Governo a 6 de Agosto, pelo que “não há nenhum homem da Renamo envolvido nestes ataques”, referiu, sublinhando que o Partido “condena estes actos” que têm ocorrido no Centro do País.

José Manteigas não comenta a questão de estes poderem ser membros dissidentes da Renamo que façam parte de um grupo que se rebelou em Junho e reitera que os detidos não são homens sob o comando de Ossufo Momade, presidente do Partido.

A Zona Centro de Moçambique foi historicamente palco de confrontos armados entre Forças Governamentais e o braço armado do principal Partido da Oposição até Dezembro de 2016, altura em que as armas se calaram, tendo a paz sido selada num Acordo subscrito a 6 de Agosto último.

Permanecem na zona guerrilheiros, em número incerto, que formaram uma auto-proclamada Junta Militar, que contesta a liderança da Renamo e defende a renegociação do seu desarmamento e reintegração na sociedade.

O grupo de guerrilheiros já ameaçou por mais que uma vez recorrer às armas, caso não seja ouvido, mas, por sua vez, também se diz perseguido por outros elementos desconhecidos.

Com Lusa

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