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Sociedade

“Voltei para Santo Antão para dar o meu contributo ao seu desenvolvimento” – Clóvis Dias

Clóvis Dias é um jovem de 24 anos, natural da Ribeira Grande, Santo Antão e que,
depois de formado em Ciências Sociais e Políticas, escolheu sua ilha natal para viver,
na contramão daquilo que vem acontecendo com a população jovem e quadros da
ilha.
A sua preocupação com o futuro de Santo Antão levou-o a decidir pelo seu regresso assim que terminou o curso em São Vicente.
Quer dar o seu contributo no desenvolvimento da ilha, pois, “não basta permanecer na retórica”.
“Acredito que Santo Antão tem um grande potencial e é isso que me traz de volta. Não obstante o discurso de que a ilha está a perder população, a maioria dos jovens formados não voltam mais. Mas nossa ilha é um diamante por delapidar e somos nós, os jovens, agentes de mudança, com novos ideais e novas visões, que vamos catapultar o seu desenvolvimento.”
Clóvis, que tem um percurso activo na vida social da sua comunidade há muitos anos, começou sendo membro da Cáritas Cabo-verdiana, organização de caris social, e foi também educador religioso (catequista).
Da universidade, diz, traz a grande referência da sua professora e cientista social, Celeste Fortes, que os incentivou a extrapolar as barreiras das quatro paredes da academia, a serem mais criativos e mais proativos na sociedade.
Depois de várias acções dentro da universidade, a nível de voluntariado, investigação eprojectos de intervenção nas comunidades, Clóvis integra agora a rede AfriYAN Cabo Verde, enquanto secretário executivo.
AfriYAN é uma rede de jovens e adolescentes para a população e desenvolvimento, criada por iniciativa de organizações das Nações Unidas e constituído por jovens na faixa etária entre os 16 e os 35 anos.
O objetivo é planear e executar políticas sociais estratégicas direcionadas à juventude, promover actividades e intercâmbios desportivos, culturais e recreativos no quadro dos ODS, promover formações e capacitações de jovens nas comunidades rurais sobre os ODS e auxiliar o Fundo das Nações Unidas para a população e desenvolvimento na implementação de políticas e iniciativas sobre o dividendo demográfico em Cabo Verde.
Em Santo Antão, a sua intervenção vai mais longe ao integrar o Club Desportivo de
Santo Crucifixo que, explica, apresentou-lhe um projecto ambicioso, capaz de
transformar e equipa em uma nação.
“Eu acreditei no projecto e não pensei duas vezes antes de aceitar o convite, pois, era uma forma de ajudar a elevar a nossa freguesia para outros patamares a nível de Santo Antão e mesmo nacional.”
Para Clóvis Dias, os jovens precisam ser mais activos e assumir o seu papel que é de
direito na sociedade. “Às vezes estamos mais dispostos a criticar, mas quando somos
chamados a ser parte da solução a maioria das pessoas recua.”
Por outro lado, a juventude e a sociedade civil, de forma geral, está bastante politizada e partidarizada, considera este jovem que diz, também, que a participação da sociedade civil tem sido um pouco vetada.
“Não estamos preparados para nos autocriticar e nem para ser criticados, sob pena de ser alcunhados com uma determinada cor ou filosofia política. O nosso erro é combater pessoas em vez de ideias” finaliza.
NA

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