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Espanha: Sánchez ganha debilitado e complica cenários para formação de Governo

Sem maioria e com menos três deputado que em Abril, o socialista Pedro Sánchez apela à “generosidade e responsabilidade” dos partidos: “Sim ou sim, vamos conseguir um governo progressista.” Grande vencedora foi a extrema-direita, que passa a terceira força política. PP (Partido Popular) também subiu, enquanto Podemos caiu. Ciudadanos afundou-se e Rivera tem cargo em risco.

Os socialistas venceram as Eleições espanholas, mas Pedro Sánchez perdeu a aposta que fez. Em vez de sair reforçado, com mais deputados do que nas Eleições de 28 de Abril, o PSOE (Partiodo Socialista Operário Espanhol) perdeu três representantes e viu a direita ultrapassar a esquerda, com a Unidas Podemos a ser também prejudicada pelos eleitores.

Não só o PP recuperou terreno e conquistou mais 21 deputados, como a extrema-direita do Vox é, agora, a terceira força política no Congresso, depois da queda a pique do Ciudadanos.

Com cem por cento (%) dos votos contabilizados, o PSOE tem 120 deputados (menos três do que tinha), o PP tem 88 (sobe 22), o Vox tem 52 (mais 28 do que em Abril), a Unidas Podemos tem 26 (menos sete) e o Ciudadanos tem dez (cai 47), abaixo até dos independentistas catalães da Esquerda Republicana da Catalunha (ERC), que elegem 13 (menos dois).

A participação foi de 69,87%, quase menos dois pontos percentuais do que em Abril (71,76%).

A Eleição de domingo, 10, que deveria facilitar as contas de Governo em Espanha acaba por as tornar mais complicadas. Mais uma vez, nem esquerda (156 deputados, contando com aliados regionais do Podemos e Más País) nem direita (152 deputados, junto com a Navarra Soma) têm a maioria, com Sánchez a ficar dependente de abstenções para poder ser investido Primeiro-Ministro. A maioria absoluta são 176.

Na reação aos resultados, o líder socialista ignorou a perda de deputados, optando por lançar uma apelo a todos os partidos, excepto os que “semeiam um discurso de ódio” para que mostrem “generosidade e responsabilidade” e ajudem a desbloquear a formação do Governo.

O socialista aposta numa eventual abstenção do PP, à semelhança do que o PSOE fez com Mariano Rajoy, após as Eleições de 2016 (necessárias após a falta de acordo das de Dezembro de 2015). A diferença é que este tinha reforçado a sua posição nas urnas.

O líder da aliança Unidas Podemos, Pablo Iglesias, apesar de ter perdido sete deputados, insistiu na ideia de uma coligação, que os socialistas rejeitaram após as Eleições de 28 de Abril.

Já o líder do Partido Popular, Pablo Casado, lembrou que Sánchez perdeu “o seu referendo”, isto é, a aposta na repetição eleitoral à espera de melhorar o seu resultado – como aconteceu com Mariano Rajoy nas Eleições de 2016.

O grande vencedor da noite foi Santiago Abascal, do Vox, que viu o seu partido mais do que duplicar o número de deputados.

O maior derrotado foi Albert Rivera, do Ciudadanos. De terceira força política, passou a sexta, atrás até dos independentistas da Esquerda Republicana da Catalunha (ERC).

Perante aquilo que os jornais espanhóis chamaram de “hecatombe”, Rivera convocou um Congresso Extraordinário do Partido para que os militantes decidam o seu futuro, mas não esclareceu se será ou não candidato à liderança.

Além da ERC, há outros dois partidos independentistas no Congresso. O Junts per Catalunya, que conquistou oito dputados (mais um do que tinha), e a Candidatura de Unidade Popular (CUP, radical), que se estreia com dois.

Do lado basco, o Partido Nacionalista Basco e o EH Bildu elegeram sete e cinco representantes, respectivamente, cada um elegendo mais um do que tinha.

Têm ainda assento parlamentar, os aliados regionais do Podemos: os catalães En Comú Podem (sete deputados) e os galegos En Comú-Unidas Podemos (dois deputados).

À esquerda, o Más País, de Íñigo Errejón, estreia-se com dois deputados, aquém do esperado, com os aliados valencianos do Més Compromís a conquistarem um.

Têm ainda assento parlamentar a Coligação Canária (dois deputados), o Navarra Soma (dois deputados), o Bloco Nacionalista Galego (um deputado), o Partido Regionalista da Cantábria (um deputado) e a aliança de eleitores “Teruel Existe” (um deputado). Este último estreia-se no Congresso de Deputados, assim como o Más País e a CUP.

Com dn.pt

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