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Sociedade

Santo Antão: Associação Topo de Coroa quer emprego e melhores condições de vida para o Planalto Norte

Foi criada, no início de Outubro, a Associação Topo de Coroa para atender às preocupações das comunidades do Planalto Norte do Porto Novo, em Santo Antão. A falta de água, desemprego e falta de estrada, são alguns dos desafios da recém-criada associação que exige também melhores condições habitacionais e formação profissional para os jovens. Entretanto, o Governo lançou, em Setembro, o projecto de abastecimento de água a esse planalto, financiado em 60 mil contos e que deve ficar ponto até meados do próximo ano.
Associação Topo de Coroa, criada a 10 de Outubro, é uma organização sem fins lucrativos que visa contribuir para o desenvolvimento das comunidades de Chã Dura, Chã de Cruz, Chã de Manuelino, Águas das Patas e Aldeia do Norte, no Planalto Norte do Porto Novo. Esta agremiação é presidida pelo jovem Otelindo Ferreira que explica que os principais objectivos são ajudar no desenvolvimento da comunidade, buscando formas de combater o desemprego, a falta de água e apoiar as famílias carenciadas. O foco também passa por ajudar na formação dos jovens.
“Essa associação já fazia muita falta na comunidade”, diz Otelindo Ferreira ao A NAÇÃO, realçando que brevemente a associação será oficializada e a direcção vai assim reunir para discutir melhor os objectivos. Uma das maiores preocupações da população do Planalto Norte tem a ver com a penúria de água para o consumo.
Com a seca, a situação agravou-se e estende-se à agricultura e criação de animais. Por isso, a falta de emprego e pobreza têm aumentado nos últimos anos.
“A comunidade passa muitas dificuldades. Há chefes de família que passam meses sem tirar um dia de trabalho. Muitos trabalham só quando a Câmara Municipal do Porto Novo abre alguns postos de trabalho. Os jovens não têm nada para fazer no dia-a-dia. O governo e a Câmara têm que abrir postos de trabalho com urgência”, apela o líder associativo.
Segundo nos conta o presidente da Associação Topo de Coroa, este é mais um mau ano para a agricultura e criação de gado nas comunidades do Planalto Norte. Além da falta de chuva e pasto para os animais, surgiram pragas que devastaram os cultivos. “A agricultura e criação de gado estão bastante afectados. As lagartas estão a acabar com as culturas do milho. O pasto também é muito pouco. O ano não vai ser bom para criadores e agricultores”, lamenta Otelindo Ferreira.
Investimentos
Entretanto, ao que tudo indica, o problema de abastecimento de água no Planalto Norte poderá estar com os dias contados. É que o governo lançou, em Setembro, o projecto de abastecimento de água a esse planalto, onde residem 68 famílias, financiado em 60 mil contos e que deve ficar ponto até meados do próximo ano.
A atravessar quase três anos de seca consecutivos, esse planalto clama pela implementação do projecto, que tem por objectivo amenizar a crise de água por que passa esta região, considerada “o rosto da seca” em Santo Antão.
O projecto consiste em transportar água às comunidades daquele planalto, através de sistemas de bombagem, a partir de uma nascente situada nas imediações de Martiene. Todos os sistemas de bombagem estão previstos para funcionar através de energia solar. Planalto Norte tem vindo a ser abastecido através de água auto-transportada a partir da cidade do Porto Novo. O projecto para pôr fim a essa situação contempla a construção de reservatórios para abastecer as sete localidades que compõem o Planalto Norte.
Trata-se de um projecto que contempla apenas água para abastecimento público. A questão de água para o gado vai continuar a ser “um desafio para os próximos tempos”. E conclui: “Estamos muito ansiosos e a espera pelo início dos trabalhos”.
AN

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