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Economia

Guilherme Gomes, administrador-executivo da PMAR Cabo Verde: “Regra geral os portos de Cabo Verde funcionam bem”

Guilherme Gomes, administrador-executivo da PMAR Cabo Verde, uma agência de navegação que se dedica ao agenciamento de navios e de cargas, defende que há aspectos relacionados com a competitividade dos portos, sobretudo no que toca à produtividade e preço, que precisam de ser trabalhados. Em entrevista ao A NAÇÃO, no cair do pano sobre a 23ª edição da Feira Internacional de Cabo Verde (FIC), Gomes defende que, “regra geral”, os portos de Cabo Verde funcionam “bem”. 
 
A NAÇÃO – É a quarta vez que marcam presença na FIC. Que balanço fazem desta participação? 
Guilherme Gomes – O balanço é muito positivo. Posso-lhe contar um episódio, particularmente, interessante, e gratificante, de um carregador sediado em Roterdão, que exporta contentores com material escolar e equipamento hospitalar para uma ONG em São Vicente, que fez questão de passar pela FIC para nos agradecer pela parceria e disponibilidade no decorrer do ano. 
Este ano foram já cerca de 50 contentores importados para fins de apoio humanitário a instituições cabo-verdianas e, este tipo de iniciativas de responsabilidade social, é algo que tentamos sempre apoiar naquilo que estiver ao nosso alcance.
São uma empresa relativamente jovem no mercado, que pertence ao Grupo Sousa. O que é que fazem exatamente?   
A empresa foi constituída em 2016 e é uma empresa de direito cabo-verdiano. Somos uma Agência de Navegação que se dedica ao agenciamento de navios e de cargas.
Isto é, enquanto Agente de Navegação, representa localmente o armador do navio, assegurando a requisição e coordenação de todos os serviços junto das autoridades e o expediente inerentes à escala em porto.
Relativamente ao agenciamento de cargas, os nossos clientes são os importadores que, tendo recorrido a um transitário ou diretamente, solicitam os nossos serviços para garantia da boa recepção das cargas e validação dos documentos de suporte.      
Disse que são uma empresa cabo-verdiana. Quantos trabalhadores empregam? 
Somos 16 pessoas no total (7 na Praia, 6 no Mindelo, 1 no Sal e 1 na Boa Vista) sendo 15 cabo-verdianos. Posso dizer que tem sido uma experiência muito enriquecedora trabalhar com os nossos recursos humanos, pela qualidade, competência e disponibilidade de todos, factores muito importantes na relação com os clientes e na qualidade do serviço prestado pela PMAR Cabo Verde. Prova disto mesmo é o facto dos Diretores na Praia, e no Mindelo, serem ambos naturais de Cabo Verde.     
Posicionamento no sector
A PMAR Cabo Verde integra um grupo empresarial português, o Grupo Sousa. Qual a vantagem dessa relação?
Sim. A PMAR Cabo Verde faz parte do Grupo Sousa e integra a sua estratégia de posicionamento no sector dos transportes marítimos e da logística, ao disponibilizar aos seus clientes e parceiros uma oferta integrada de serviços, atuando como interlocutor privilegiado a nível local com os clientes.
Em que medida essa integração de serviços e a sua pertença ao Grupo Sousa beneficia o mercado? 
Desde logo pelo facto de proporcionarmos uma oferta de serviços, desde a origem até ao cliente final, tendo visibilidade no acompanhamento da carga ao longo da cadeia logística, e actuando de forma complementar com os nossos colegas do transporte marítimo e da logística, sinergias internas que se traduzem em maior eficiência e capacidade de resposta junto dos nossos clientes.        
Mas acredito que enfrentam desafios em Cabo Verde, onde competem com outras Agências de Navegação …
Certo, a resposta está exatamente na integração da PMAR Cabo Verde no Grupo Sousa, já que sentimos que tínhamos que acompanhar todas as fases que envolvem os serviços de transporte para garantir qualidade em todo o processo e principalmente para estarmos próximos dos importadores das cargas e de todos os cabo-verdianos. 
Constrangimentos
Mas, quais são, actualmente, os constrangimentos enfrentados por uma Agência de Navegação no mercado cabo-verdiano?
Uma agência de navegação tem sempre como grande preocupação prestar o melhor serviço possível a todos os níveis aos Armadores que representa, seja tanto no agenciamento dos respetivos navios, como da carga transportada. O cliente mais representativo da PMAR Cabo Verde é a GS Lines (anteriormente denominada PCI), que é a companhia de navegação com maior antiguidade a operar em Cabo Verde e com mais expressão no mercado. 
No entanto, já agenciámos também outros armadores, inclusivamente com diversas tipologias de navio e finalidades distintas (navios oceanográficos, de graneis sólidos/cimento, de pesca, rebocadores de alto mar, etc.).
Estão satisfeitos com o actual estado de funcionamento dos portos de Cabo Verde? 
Regra geral os portos de Cabo Verde funcionam bem e temos mantido um canal de comunicação fluido e regular com a ENAPOR, de forma a garantir que todas as operações envolvendo o navio e os equipamentos do armador se façam com a maior eficiência possível. 
Há aspectos relacionados com a competitividade dos portos, designadamente no tocante à produtividade e preço, bem como à organização dos contentores vazios nos parques dos recintos portuários e o aumento da bacia de manobra no porto da Palmeira, os quais estão a merecer o acompanhamento necessário e que, acreditamos, serão ultrapassados.
Como é que têm visto a questão da sub-concessão dos portos e que implicações isso terá para o negócio?
Esse assunto não envolve as agências de navegação, mas sim os operadores portuários. 
Mas terá implicações no funcionamento dos portos, o que naturalmente vos interessa…
Sim. Sabemos que o Grupo Sousa tem experiência nessa área, mas não cabe à PMAR responder por este assunto, não leve a mal.
 
GC

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