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Política

José Sanches considera que pessoas que estão à frente do PAICV “não têm credibilidade” para liderar o partido

O ex-candidato à presidência do PAICV José Sanches considerou hoje que as pessoas que estão à frente do partido “não têm credibilidade” para liderança, afirmando que os mesmos poderão pôr em causa resultados favoráveis nas próximas eleições.
José Sanches fez estas considerações em entrevista à Inforpress, convidado a comentar as eleições internas no PAICV, que ditaram a reeleição de Janira Hopffer Almada com 98 por cento (%) dos votos.
Começou por dizer que o acto de ontem foi o confirmar daquilo que já estava à espera, ou seja, “um passeio de alguns militantes” que se dirigiram para confirmar aquilo que “não considera” ter sido eleição.
Para Sanches não houve campanhas, apresentação de moção ou apresentação de “orientações estratégicas para conduzir o partido” nos próximos três anos, nem nos sectores, nem nas regiões, nem nas comissões políticas.
“Foi simplesmente a confirmação de um conjunto de actos que “não engrandecem o PAICV” enquanto “partido histórico”, que esteve “em todos os momentos importantes” da história de Cabo Verde.
Conforme apontou, não considera que foram eleições internas devido a “todas as anomalias” que estiveram em torno do processo, destacando a ausência da democracia, transparência e justiça.
Segundo José Sanches, “as pessoas que estão à frente acabaram por manchar suas próprias imagens” e não conseguem compreender “a dimensão do PAICV” ao ponto de “tentarem manchar o próprio partido”.
Ajuntou que “não tem conhecimento do número de militantes” que foram votar, afirmando que “se calhar foi a abstenção o que ganhou essas eleições”, porque, no seu ponto de vista, “os militantes não se revêem nessas manobras” para se manter à frente do PAICV, “sem nenhuma proposta, causa ou princípio orientador” para embates eleitorais a nível nacional.
“Creio que os cabo-verdianos inteligentes como são, saberão tirar as ilações dessas pessoas, que não tendo propostas para com o país, querem apenas perpetuar à frente do partido”, declarou.
Na mesma linha, salientou que essas mesmas pessoas deveriam tirar ilações dos resultados das eleições legislativas e autárquicas de 2016, e nas presidenciais que “sequer apresentaram candidato”, visto que, três anos depois, o partido “continua a perder e a baixar nas sondagens”.
“É uma pena para o PAICV face ao descalabro da governação do MpD”, ressaltou.
Instado sobre as declarações de Janira Hopffer Almada após os resultados provisórios das eleições internas no partido, no sentido de “todos militantes contribuírem para “fortalecer o partido numa união em torno de causas”, respondeu assim:
“Quem quer unidade não faria de tudo para inviabilizar candidaturas opostas para discutir propostas alternativas e democracia do partido, não assalta os órgãos do partido, não faz com que eleições do tipo o candidato ou pré-candidato não tenham acesso a base de dados actualizados, ou seja, da noite para o dia vai alterando as regras do jogo”.
Para José Sanches, o que está em causa é a “vontade de alguns” em fazer com que “tudo gire em torno de uma pessoa”, que é actual presidente.
“O partido foi esquecido e colocado no segundo plano e querem colocar uma pessoa no centro para que o partido e os militantes estejam em redor desta liderança”, criticou.
Questionado ainda vê em Janira Hopffer Almada a candidata certa para primeiro-ministro de Cabo Verde, disse que ela só estaria “apta para a ser candidata legítima se tivesse concorrido numas eleições democráticas, transparente e com justiça social”, a nível interno.
“Não tenho comentários relativamente a isso, todo e qualquer manobra que extravasa a democracia, transparência, equidade, diálogo e coesão, portanto não têm lugar para mim”, sublinhou.
Por outro lado, referiu que com 98% dos votos, espera que a líder do partido “façá também de tudo, mas mesmo tudo, que ela conseguiu fazer nas eleições internas” para ter 100% com o MpD  no escrutínio legislativo.
Inforpress

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