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Opinião

Ponta Preta: Um monumento secular que resiste fortemente às intempéries do tempo

Por: Nataniel Vicente e Silva

Antes de entrar no âmago da matéria, vamos saber o que dizem os entendidos sobre o assunto que vamos abordar.

O que é um Farol? É uma estrutura elevada, habitualmente uma torre, equipada com um potente aparelho óptico, dotado de fontes de luz e espelhos reflectores, cujo facho é visível a longas distâncias. 

São instalados junto ao mar, na costa ou em ilhas próximas, tendo o objectivo de orientar os navios durante a noite  (Fonte: Enciclopédia livre). 

PONTA PRETA

Ponta Preta é o nome pelo qual é conhecido o sítio onde fica o Farol do Tarrafal (de Santiago), considerado, pois, um dos mais antigos faróis do Arquipélago. 

Situa-se a uns escassos dez a 12 quilómetros da Cidade de Mangui (a Capital do Concelho), encravado à cabeça do Monte “Graciosa”, que é um elefante adormecido, com a cabeça de uma lagarta.

”Veste-se de verde” durante “as-águas” e “despe-se todo” no resto do ano, mantendo, todavia, a sua frescura e forma natural. Vale a pena conhecer, de perto, esta maravilhosa obra divina. 

Graciosa, tão famosa quanto à sua beleza, continua a ser uma verdadeira fonte de inspiração para os poetas, músicos, escritores, políticos, religiosos, amantes da natureza, entre outros.

 Monte Graciosa, ao longo da sua existência, já assistiu, de perto, a uma série de vicissitudes e progressos por que a (então) Vila de Mangui tem passado.  

O visitante depara, logo à entrada da moradia (do Farol), com uma inscrição de 1889, muito provavelmente, data da sua construção.

    Situado num dos lugares mais privilegiados da Montanha oferece tudo para um bom “relaxe”, indo da pesca àmeditação, passando por um desestressante banho de mar. O sossego, o silêncio, a paz do espírito, são outros principais ingredientes do “Paraíso Escondido”, que é o Farol de Ponta Preta.  

Por este Farol, já passaram várias pessoas, cujos nomes marcaram a história da sua existência.  

   Dentre eles, destacam-se: “Henriki Faroleru” e “Bedju Sanxa” que, segundo se conta, residia ali mesmo, com a família.  “Bedju Santxa” foi sucedido pelo filho, “Láku Sanxa”, figura já bem conhecida na Cidade de Mangui, que viria a ser substituído pelo sobrinho “Bebeto”.

Mais tarde, “Láku Sanxa reocupou, de novo, o seu lugar, trabalhando ali até à suamerecida e justa reforma. 

Ora, essa “Dinastia” – quase inteira!- de gente “Sanxa”,  só terminou com a entrada de Leonel Cardoso Medina, mais conhecido por “Daniel”, que, em 18 de Dezembro de 1970, entroupara o comando deste emblemático Farol. 

Muito mais jovem e dinâmico de que os seus antecessores, percorria, diariamente, a pé, as íngremes encostas da Montanha (Graciosa), para manter aceso o velho e cansado “candeeirinho”. 

Como se costuma dizer, na expressao inglesa: “The last but not the least”. O último, mas não o menos importante. 

O Sr. Leonel Cardoso Medina, que na altura pertencia à Capitania (Polícia Marítima), deixou o Farol no ano de 1986, incorporando, em 1992, na Polícia de Ordem Pública, como era então designado. Hoje, é aposentado da Polícia Nacional.  

O velho, mas incansável e emblemático Farol está, efectivamente, hoje, em pé de igualdade com os demais faróis do Arquipélago, beneficiando ,desta sorte, da nova onda tecnológica. Ou seja: tudo funciona, agora,  automaticamente, do pôr-do-sol ao nascer-do-sol, à base da energia do precioso e misterioso Astro Solar, sem a presença de ninguém.  

Tarrafal, 11 de Novembro de 2019. 

 

(Publicado no A NAÇÃO impresso, nº640, de 05 de Dezembro de 2019)

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