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Sociedade

“Se a vítima fosse um branco português, teria sido feito grande destaque”

A  Frente Unitária Antifascista (FUA) manifesta “repúdio e indignação para com o crime hediondo, cometido no dia 21 de dezembro 2019”, assinalando que na pessoa do jovem cabo-verdiano Luís Giovani foi “covarde e brutalmente assassinado em Bragança por um grupo de 15 jovens portugueses que estavam armados com cintos, ferros e paus”.

Manifesta também o seu total apoio e solidariedade para com os familiares, amigos e a comunidade cabo-verdiana.

No comunicado enviado às redações, a FUA “exige que os tribunais portugueses funcionem e que seja feita justiça com celeridade” e pede “isenção”, “punindo segundo os trâmites legais todos aqueles que perpetraram este crime horrível”.

A Frente Unitária deixa ainda duras críticas à comunicação social na forma como divulgou “esta tragédia”. “Foi uma vergonha”, critica, frisando que o assunto só foi tratado três ou quatro dias depois de Giovani ter falecido, com exceção para alguns jornais locais.

“Não tenhamos dúvidas que se a vítima fosse um branco português, teria sido feito grande destaque a esta tragédia”, acredita a FUA, em linha com o que defendera Mamadou Ba, dirigente do SOS Racismo, em declarações ao Notícias ao Minuto.

“Tal facto é, para a FUA, sintomático de um racismo estrutural que se encontra nas diversas instituições, entre elas os meios de comunicação, terreno fértil para reproduzir e perpetuar o racismo que, desta vez, se manifestou através do silêncio ensurdecedor dos meios de comunicação nacionais perante este crime”, aponta, dirigindo a crítica a um ‘alvo’ específico: Suzana Garcia que se “destacou de novo nestes dias na TVI com um discurso profundamente xenófobo, desrespeitoso, provocador e indigno de uma pessoa que pretende ter um alto nível de escolaridade”.

A Frente Unitária Antifascista partilha a “preocupação para com o crescimento de grupos neofascistas em Portugal”, a “normalização do discurso de ódio” e o “ressurgimento de um sentimento de liberdade para discursos ameaçadores e ofensivos nas redes sociais”.

E exige que que os meios de comunicação “tratem todas as pessoas de igual modo, independentemente da sua nacionalidade e/ou etnia” e aconselha “a que seja feito uma profunda reflexão sobre a responsabilidade dessa mesma comunicação social, no facto de dar visibilidade a discursos de ódio e de normalização do racismo”.

A Frente Unitária Antifascista vai marcar presença nas marchas organizadas em homenagem do Giovani, assim como nas marchas que organizaram em Coimbra e Braga.

Recorde-se que ainda não foram feitas detenções neste caso, mas a Polícia Judiciária já terá identificado alguns dos suspeitos das agressões ao jovem cabo-verdiano.

Fonte: Noticias ao Minuto

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