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Sociedade

Funeral de Giovani só deverá acontecer para a semana

Ao contrário daquilo que vem sendo vinculado na imprensa e depois do Ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Filipe Tavares ter dito que o corpo do jovem Giovani Rodrigues iria ser transladado, entre ontem e hoje, para Cabo Verde, o mesmo só deve chegar para a semana.

A informação foi avançada à RCV pelo próprio pai do Giovani, Joaquim, que ontem,  esclareceu que o corpo ainda não tinha sido levantado pela agência funerária que está a tratar da transladação, o que devia ter acontecido segunda-feira passada, 6, mas que segundo ordens do Ministério Público iriam ser feitas novas perícias ao corpo. “Não sei se já foram feitas, ou não”, disse.

O pai do Giovani disse ainda que esses trâmites da transladação devem demorar entre “4 a 5 dias”, pelo que é improvável que o funeral aconteça no fim de semana em Mosteiros, terra natal do jovem cabo-verdiano que foi espancado brutalmente no passado dia 21 de Dezembro, em Portugal, na cidade de Bragança para onde se tinha mudado há cerca de dois meses  para cursar Designe de Jogos Digitais.

A autópsia, revelada domingo à noite pelo Jornal PÚBLICO foi inconclusiva, não dizendo se a morte se deve à pancada ou à queda. O pai garante que só teve conhecimento da autópsia pela Comunicação Social.

Joaquim descreveu o filho como um jovem calmo, que nunca teve nenhum problema com a polícia ou justiça e que tocava piano na igreja e tinha um grupo de música com outros colegas. Falou ainda do caso e pediu que seja feita “justiça” pelo ato que considera como “terrorismo”. O mesmo garantiu também ter confiança no trabalho “abnegado” da polícia judiciária de Portugal, para os culpados, o culpado da morte do filho sejam punidos.

O caso

Recorde-se que Luis Giovani dos Santos Rodrigues tinha 21 anos e estava em Portugal há menos de dois meses para estudar, quando à saída de uma discoteca no passado dia 21 de Dezembro foi espancado, conforme noticiou a imprensa portuguesa, por um grupo de 15 jovens armados com ferros, cintos e paus. Giovani acabou por falecer já no hospital de Santo António no Porto no dia 31 do mesmo mês, véspera de fim de ano, não tendo resistido aos ferimentos.

Conforme noticia o site Contacto o auto da queixa apresentada pela família indica que eram 4:19 quando Giovani deu entrada no hospital, transportado por um veículo do INEM. O Jovem terá sido encontrado inconsciente, com um hematoma na cabeça, dando indícios de um possível traumatismo cranioencefálico.

Na altura, quando o caso veio a público, a embaixada de Cabo Verde em Portugal reagiu pedindo o esclarecimento cabal do caso, assim como o presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca.

Já o primeiro-ministro de Cabo Verde Ulisses Correia e Silva manifestou confiança na justiça portuguesa e afirmou que o caso de espancamento e morte do estudante cabo-verdiano, Giovani Rodrigues, “não belisca” as relações entre Cabo Verde e Portugal.

Citado pela SIC Notícias, Luís Neves, director nacional da PJ portuguesa disse que aquela instituição está “fortemente empenhada” em dar uma resposta “rápida” e “pronta” sobre o caso e frisou que quer que fique “bem expresso” que estão a “investigar os factos há muitos poucos dias”.

Nas redes sociais o caso chocou a opinião pública reclamando-se por justiça. Há também quem critique a falta de visibilidade do caso na imprensa portuguesa, tendo em conta outros casos semelhantes de jovens espancados até à morte em Portugal.

Inicialmente agendada para quatro cidades, Lisboa, Porto, Bragança e Coimbra, a manifestação em homenagem e pedido de justiça pela morte do jovem Giovani, agendada para dia 11, às 15h, rapidamente se estendeu a outras cidades com forte presença de alunos cabo-verdianos como Évora e Covilhã, estando também agendada uma manifestação na cidade da Praia, Sal, Boa Vista e vários países da diáspora cabo-verdiana como EUA e Holanda, entre outros.

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