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Boa Vista

Boa Vista: Associação dos pescadores e peixeiras quer que o Governo crie melhores condições para o sector

A Associação dos Pescadores e Peixeiras da Boa Vista pediu ontem o melhoramento das condições no porto acostável para facilitar o desembarque do pescado e apelou ao executivo que dê “melhor atenção ao sector das pescas na ilha.
O presidente de Associação dos Pescadores e Peixeiras da Boa Vista, Olavo Freire, fez este apelo, em entrevista à Inforpress, no dia em que se celebra o Dia do Pescadores, assinalado anualmente a 05 de Fevereiro.
Neste dia dedicado aos homens do mar, o dirigente das peixeiras e pescadores da ilha da Boa Vista falou dos “problemas” que a comunidade piscatória enfrenta no dia-a-dia da faina, destacando a falta de uma máquina de gelo e frio que se encontra avariada há quase dois anos, melhores condições para o porto acostável, para facilitar o desembargue do peixe e um mercado de escoamento dos seus produtos.
“Pedimos o favor de verem para a área das pescas na ilha da Boa Vista, que está a precisar, porque muitas pessoas vivem deste sector, desde pescadores, passando por peixeiras e armadores. O sector das pescas na Boa Vista tem que funcionar em melhores condições”, disse o presidente, em tom de apelo.
Conforme o presidente da associação, este problema já foi colocado a várias entidades que visitaram a ilha da Boa Vista, entre elas, o ministro das pescas, Paulo Veiga, quando visitou a ilha, ainda como secretário de Estado da Economia Marítima.
Na altura, recordou Olavo Freire, o governante tinha prometido um porto acostável “em condições”, mas lamentou que até então aguardam por esta infra-estrutura, cuja falta afecta o desembarque do pescado.
Olavo Freire falou ainda na necessidade da associação ter um espaço próprio, onde possam se organizar melhor, e ainda de uma loja social, com vocação para a venda dos materiais para a faina e a um preço mais “em conta”.
Isto porque segundo o mesmo para adquirirem materiais de pesca mais baratos têm que se recorrer a outras ilhas, nomeadamente Santiago, Sal ou São Vicente.
A questão de segurança é outra preocupação da classe que diz estar consciente de que muitas vezes insistem em correr o risco, fazendo-se ao mar, mesmo em condições climatéricas inapropriadas.
Olavo freire disse ainda que os pescadores têm falta de meios de comunicação no mar, pois para comunicarem no mar recorrem ao telemóvel para se socorrerem.
O presidente da associação, criada há dois anos, avançou ainda que muitas vezes, em caso de pedido de ajuda, são socorridos por embarcações privadas.
“Mas estou consciente de que nós pescadores, às  vezes, exagerámos, porque corrermos para o mar mesmo em situações de perigo para podermos ganhar o nosso pão. Insistimos sempre com o mar, mas sabemos que a parte mais triste é quando as pessoas vão à faina e não voltam”, disse Olavo.
O dirigente destacou, igualmente, a pequenez do mercado para escoar todos os seus produtos, tendo em conta que, segundo o mesmo, os hotéis não compram todos os peixes capturados.
Ante este cenário, explicou, são obrigados a ultrapassar o limite das milhas, onde podem capturar maior quantidade de peixe, que depois será levado para a ilha do Sal, onde será vendido a um preço “mais combatível”.
“Aqui na ilha de Boa Vista não vendemos nem nos hotéis, porque não temos onde tirar o peixe em cima do porto, nem onde conservar o peixe em melhores condições. Tiramos o peixe dos botes na beira-mar, onde não tem condições”, disse Olavo, que explica que por vezes conseguem vender em algum restaurante.
No final da entrevista, Olavo voltou a sublinhar a necessidade de dar mais atenção ao sector das pescas na ilha de Boa Vista.
“Peço às pessoas para verem para Boa Vista e, principalmente, ao sector das pescas, que carecem de apoios. Batemos as portas dizem-nos não, mas insistimos. Quem sabe um dia chegaremos em alguma instituição que poderá nos ajudar ou colaborar connosco”, rematou.
 
Inforpress

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