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Política

UCID propõe utilização de apartamentos do Casa para Todos como espaço de quarentena na prevenção do coronavírus

A UCID propôs ontem a criação de condições e disponibilização de alguns apartamentos do projecto Casa para Todos na Praia e em São Vicente para serem utilizados como espaço de quarentena na prevenção de eventuais casos de coronavírus.
A proposta da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID) foi feita pelo deputado e líder do partido, António Monteiro, durante o período de questões gerais, na sessão plenária deste mês, que termina esta sexta-feira.
Apesar da problemática do coronavírus ter sido debatido quinta-feira, segundo este parlamentar, a UCID está preocupada com a forma como o país tem lidado com esta questão no que se refere ao período de quarentena com a chegada nos últimos dias a Cabo Verde de cerca de 20 estudantes provenientes da China.
“Trago aqui a preocupação (…) e nós estamos a trazer este problema mais uma vez, apesar de ter sido discutido ontem, focado um pouco na quarentena destes cidadãos. Entendemos que pela dimensão de dias após dias, ainda pelos números que vamos tendo, que é um número muito superior àquilo que era ontem”, indicou.
O Governo, no entender da UCID, tem que aposta na prevenção, independentemente daquilo que está expresso na Constituição, no que se refere a obrigatoriedade da quarentena, reforçando que o que está em causa são vidas humanas e protecção dos cabo-verdianos.
“Nós entendemos que não é obrigatório, mas nós temos essa preocupação e avançamos numa proposta que consideramos até razoável. Temos várias Casa para Todos algumas até com algumas distâncias das cidades e achamos que o Governo, independente de ser ou não obrigatória a prevenção, recomenda-se”, afirmou, alertando, para não se esperar que haja algum azar para o Governo depois vir tomar as medidas que se impõem.
Por seu turno, o secretário de Estado para a Juventude, Carlos Monteiro, lembrou que a quarentena em Cabo Verde não é obrigatória e que, no entanto, o Governo já tomou todas as medidas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
“Cabo Verde montou seu plano, a sua equipa técnica, temos controlo de entrada de estrangeiros no país. A questão da quarentena, nem todos dos países adoptam a medida, não é obrigatória e, portanto, está neste momento a ser feito de acordo com as nossas capacidades tudo o que Cabo Verde pode fazer e seguindo à risca as recomendações da OMS”, realçou.
No que se refere à proposta da UCID, disse que o Governo já tomou nota da mesma e que o ministro da Saúde poderá depois disso avaliar melhor se essa medida deve ou não ser implementada.
“A sua proposta concreta não foi aqui rejeitada. O que eu quis enfatizar é que não há obrigatoriedade de montar essa quarentena, como é obvio, a sua proposta já foi registada e o ministro da Saúde poderá avaliar melhor se deve ou não ser implementada”, disse reiterando que há vários países que também não adoptam o sistema de quarentena e que Cabo Verde é um deles.
Na quarta-feira, 05, o director nacional da Saúde, Artur Correia, admitiu que Cabo Verde encontra-se “minimamente preparado para combater a propagação”, mas não tem capacidade para fazer o diagnóstico do novo coronavírus.
O Índice da Segurança Sanitária Global (GHS, sigla em inglês) colocou Cabo Verde entre os países menos preparados para lidar com epidemias, ocupando a 146ª posição num total de 195 países analisados.
A China elevou hoje para 636 mortos e mais de 31 mil infectados o balanço do surto de pneumonia provocado por um novo coronavírus (2019-nCoV) detectado em Dezembro passado, em Wuhan, capital da província de Hubei (centro), colocada sob quarentena.
Nas últimas 24 horas, registaram-se 73 mortes e 3.143 novos casos.
Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há outros casos de infecção confirmados em mais de 20 países.
Na Europa, o número de casos confirmados chegou quinta-feira a 31, com novas infecções detectadas no Reino Unido, Alemanha e Itália.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou em 30 de Janeiro uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional, o que pressupõe a adopção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.
 
Inforpress

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