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Política

Santiago Norte: PAICV constata “aumento generalizado” do desemprego e da pobreza em São Lourenço dos Órgãos

A Comissão Política Regional do PAICV em Santiago Norte revelou ontem que houve um “aumento generalizado” do desemprego e da pobreza em São Lourenço dos Órgãos, responsabilizando o Governo e câmara pela actual situação vivida pelas famílias.
António Fernandes fez esta consideração ontem em Levada, São Lourenço dos Órgãos, durante uma conferência de imprensa para dar a conhecer os resultados da reunião do Sector do PAICV no concelho de São Lourenço dos Órgãos, que aconteceu no sábado, 08, em que analisaram a situação da situação socio-económica desse município do interior de Santiago.
Este dirigente do principal partido da oposição, que se fez acompanhar do primeiro secretário do Sector do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) no concelho de São Lourenço dos Órgãos, José António Correia, criticou ainda a “má gestão” de água e a “gestão intransparente” de obras públicas nesse município.
“A população de São Lourenço dos Órgãos vem passando por uma situação de dificuldades. De 2016 a esta data que o desemprego quase que triplicou. Segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) a taxa de desemprego passou de 4,5% em 2016 para 11,2% em 2019”, lamentou.
Aliás, informou, que própria câmara foi uma das primeiras a promover o desemprego nesse município, cortando salário de mais de 300 chefes de famílias, referindo-se aos funcionários dessa edilidade, medida que no seu entender “bloqueou” o acesso a rendimento dessas pessoas.
E tendo em conta, que segundo António Fernandes, São Lourenço é um dos municípios mais afectado pelas sucessivas secas e maus anos agrícolas, disse que todo o potencial econômico foi fortemente afectado, referindo-se à agricultura e à criação de gado.
“As autoridades até agora mostraram-se incompetentes e apáticos no que diz respeito a medidas de mitigação (…). Muitas famílias com séries dificuldades em levar a panela ao lume e o Governo e a Câmara Municipal mostram-se insuficientes para também travar o desemprego e o aumento da pobreza em São Lourenço dos Órgãos”, criticou.
Em relação à gestão da água, disse que a má gestão desse líquido tem contribuído para a penúria no abastecimento às famílias e à agricultura com hectares de terreno em produção que acabam por secar.
Aliás, informou, que há comunidades inteiras sem água na rede, não por falta de água, mas por pequenas avarias que podem ser consertadas em horas ou semanas, mas que têm demorado meses.
Ainda sobre a penúria de água, o PAICV disse não compreender a postura da edilidade laurentina que “sempre se desresponsabiliza” como que se a mesma não é uma das donas da empresa Águas de Santiago (AdS), afirmando que “há laivos de partidarização”.
Relativamente à gestão de obras, disse que há algumas situações que dão ideia de alguma “intransparente, para não dizer mesmo cheirar alguns laivos de corrupção”, tomando como exemplo algumas obras financiadas pelo Governo que, segundo a mesma fonte, “já pelas placas denotam-se o cheiro de intransparência”.
“Como se pode entender que obra que custa dezenas de milhares de contos que, no entanto, não conta com uma entidade autônoma para a fiscalização? Onde está a transparência na gestão de obras que envolvem avultados recursos? O dono da obra tem que ser o próprio fiscal da obra? Projectos dados como concluídos com obras por realizar! Como é possível não falar da intransparência”, questionou o PAICV.
Inforpress

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