Alguns pacientes do Hospital Psiquiátrico de Trindade dizem-se desorientados e sem consultas dos seus médicos e pedem a intervenção do ministro da saúde, avança a TCV.
São doentes que vinham sendo acompanhados há muitos anos pelos dois médicos que foram transferidos para o hospital central da Praia, na sequência da denúncia de perigo para a saúde da inceneração do lixo hospitalar junto aquele hospital psiquiátrico, e que agora se recusam a serem atendidos por outro profissional.
Conforme a mesma fonte, as duas pacientes, que escolherem não se identificar, dizem que foram “apanhadas de surpresa” e que ficaram “chocadas” com a transferência da psicóloga Ana Paula de Pina e do psiquiatra João Vaz, para o Hospital
Agostinho Neto.
Uma delas vem sendo seguida pela médica Ana Paula há mais de 13 anos. “Não quero ser atendida por nenhum outro médico. Esta é uma vingança que está a afectar, não os médicos, mas os pacientes”, considerou.
Uma segunda paciente, da mesma médica, define o caso como “abuso de poder”. “A Dra. Ana Paula foi a minha médica durante mais de um ano e para mim ela já e uma mãe. A intimidade que tenho com ela me permite desabafar e falar coisas que não falo nem para a minha mãe”, explica a paciente, que defende a decisão dos médicos em denunciar a queima de lixo hospitalar no local e diz ela própria estava a se sentir prejudica.
O Ministro da Saúde reconhece a situação como um “constrangimento enorme” e garante que a mesma será analisada “de forma abrangente”.
“Não apenas da situação da incineradora, mas do próprio funcionamento do hospital e da estrutura em si”, explicou Arlindo do Rosário à TCV.
Os dois médicos, Ana Paula de Pina e João Vaz, foram transferidos “repentinamente” para o hospital da Praia, na sequência de uma denuncia feita por eles, contra a queima de lixo hospitalar junto do hospital, situação
que consideraram afectar a saúde dos funcionários, dos pacientes e do próprio meio ambiente.
