Por: José Valdemiro Lopes
Com as mudanças realizadas, ultimamente, a nível da requalificação dos bairros periféricos da cidade e mesmo do plateau, vê-se que a Praia, Cidade Capital, está a prepara-se para liderar, com qualidade e para durar, a diversificação da oferta turística, cabo-verdiana envolvendo-se sobretudo, na “amostragem, democrática do turismo cultural musical”, que tem impacto imediato no socioeconómico e possibilidade de carreira na área musical, com repercussão, nas restantes ilhas, gerada graças ás realizações e organizações, regulares do Atlantic Music Expo (AME), Kriol Jazz Festival, o Festival da Gamboa e em certa medida da movimentação, da época natalícia, denominada Noite Branca…
Praia, faz parte da iniciativa, rede, mundial das Cidades Criativas Musicais da UNESCO, é também membro da rede das cidades Magalhanicas e UCCLA. A capital, tem espalhado, nos bairros periféricos 15 placas com relvado, para a prática desportiva, trazendo benefícios á saúde pública…
A cidade está na onda e a crescer, mais bem ordenada, inclusiva, qualificando o património natural, permitindo o usufruto do património histórico-cultural, estruturando a oferta turística urbana, para responder melhor á demanda em crescimento. Em termos de volume de visitas, depois do Sal e da Boa Vista, Praia (Santiago), está em terceira posição.
O município, da Praia, não está ausente, das dinâmicas internacionais, evoluindo a partir de processos “pontuais”, no contexto que podemos descrever como “estratégia de ação exterior”, na captação de fundos em redes internacionais de cidades, conseguiu um financiamento de 4 milhões de euros, na União Europeia, em parceria com Madrid, destinados á melhoria de condições de vida de milhares de municípios, que passarão a ter ligação á água e á rede de esgotos, ligação á energia eléctrica, tudo orientado, prioritariamente, para os cidadãos das zonas suburbanas norte, este e oeste, (aumentando o padrão qualidade de vida, devido ao acesso á água e ligação á rede de esgotos para mais de 87%). Esta engenharia financeira, frutífera, evidencia o êxito da conectividade internacional, da cidade capital, com o mundo global. Praia festeja sim, mas prima sua ação na cultura de resultados…
A cidade vê a sua população aumentar, anualmente, numa média de mais duas mil pessoas ano e diariamente, há uma entrada de cerca de vinte mil não residentes, que actuam, na dinâmica dos negócios e serviços da zona urbana e suburbana, do município. As duas ultimas equipas camarárias, conseguiram debelar os constrangimentos aos municípios, impostos nos últimos quinze anos, recuperando a imagem e mesmo dignidade da cidade capital, que como boa anfitriã, recebe todos. A cidade, de modo inteligente, tem artérias de ligações entre bairros, feitas com boas estradas asfaltadas, facilitadoras da circulação e transito do maior parque automóvel de Cabo Verde.”…Praia é di nos tudo …”
Comemorou-se, com pompas e circunstância, neste ano, de 2019, os 161 anos, que um decreto de 1858, assinalou a elevação do estatuto de vila para cidade a Praia, valorizando e conservando a sua missão de ser, a capital de Cabo Verde, concentrando, as funções de centro político, religioso e económico do arquipélago…
Todas as praias balneares circundantes foram e continuaram sempre a ser de acesso popular frequentadas por todos, se Pedra Fernando e Penedinha desaparecerem com a construção do Porto da Praia, os praienses, continuaram a frequentar e desfrutar, sem restrições, as da Prainha, Gamboa, Quebra Kanela, para não citar que estas.
Indicadores e números estatísticos comparativos, confirmam as melhores condições de vida que os cidadãos da Praia e residentes vivem em relação ao resto do país: Saúde: Praia, é a única cidade nacional que presta serviço de hemodiálise e tem um Hospital Central, com maior número diversificado de Serviços e Especialistas; em 1937 tinha 4 médicos, 16 enfermeiros e 4 farmacêuticos em 2017 passaram para: 186, 237 e 45, respectivamente; Volume Populacional: de 7.317 habitantes em 1937, passou para a ter mais de 159.027 habitantes em 2017; Evolução de Agregados: 1.632 em 1937, para mais de 44.097 em 2017; Ensino Secundário em 1937, 1 Escola, 14 professores, 489 alunos para 11, 805, 14.249 em 2017, respectivamente; Empresas activas , 1.317 em 1997, 2.098 em 2010 e 2.616 em 2016; Volume de Negócios 29.557.382 ECV em 1997, 118.034.114 ECV em 2010, 111.239.026 ECV; PIB da Praia em 2012, 59.370 para 68.402 milhões de escudos, em 2017; Turismo: Estabelecimentos Hoteleiros: 18 em 2008 e 28 em 2017; Dormidas: 117.646 em 2015, 120.559 em 2016 e 126.926 em 2017. (fonte INE)
Praia alberga todos os órgãos da soberania nacional, todas as chancelarias acreditadas no país, todas as organizações internacionais e regionais. O padrão de boa qualidade de vida desfrutada, na capital, é também comprovado, por dois prestigiosos investimentos: o grande investimento imobiliário, asiático, que tornará, todo o litoral da praia da Gamboa, e o ilhéu de Santa Maria, mais atractivos e o do governo norte-americano, com a saudável decisão, sinal de confiança na dinâmica própria da cidade, de construir de raiz a Embaixada dos Estados Unidos na Várzea (zona que ficará, completamente requalificada). A possibilidade de inserção social, carreira profissional e outros ganhos sociais, é melhor garantida aos que migraram para e aos naturais e residentes na Praia.
Como pode acontecer, em Fonte Filipe, Campim-Praça Estrela, Fonte Francês, Laginha perto da Electra (Mindelo) …, aqui em menor escala, mas de modo mais agravante na Ponta d’Água, Safende, Tira-Chapéu, Casa Lata (zonas suburbanas da Praia), lugares onde, quem ousar fazer uma passeata isolada em qualquer das zonas das duas cidades, tarde na noite, está cometendo um comportamento de risco e pode ser vítima de assalto, o erro é da sociedade e o autor está identificado: bando de jovens, que não frequentam escola alguma e em situação de desemprego, alcoolizados e com cultura de estupefacientes.
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Publicado no A NAÇÃO impresso, nº 623, de 08 de Agosto de 2019
