Os cidadãos em Santa Catarina auscultados pelo A NAÇÃO estão meio divididos quanto à prorrogação do Estado de Emergência.
Alguns defendem a prorrogação do prazo de “Estado de Emergência” assim como o reforço de sensibilização junto da população que vive nas comunidades rurais. Outros ainda acham que é cedo para falar disso, pois o actual Estado de Emergência em vigor ainda não terminou para se fazer um balanço, pois só termina sexta-feira,17.
Pese embora existam três casos positivos na ilha de Santiago, 1 deles já curado, a decisão não é fácil.
No meio rural as pessoas continuam a visitar casas de vizinhos com frequência, jovens agrupam-se para jogar cartas, oril e organizar “comis e bebis”, como forma de passar o tempo, desrespeitando assim as recomendações de distanciamento social feitas pelas autoridades.
Pelo sim, pelo não, Edna de Pina defende que é necessário alargar o tempo de Estado de Emergência, uma vez que não há certeza do número exacto de pessoas infectadas no país.
“Até agora foram confirmados apenas 10 casos. Mas há dúvidas no seio das pessoas se realmente é apenas isso, uma vez que nós os cabo-verdianos não temos hábito de ir ao médico logo que sentimos um simples gripe ou mal-estar. Por isso, esses números podem ser enganadores. Por isso é melhor jogar pelo seguro”, opina.
Conforme Edna é preciso uma forte campanha de sensibilização junto das pessoas que vivem nas zonas rurais, sobre a importância do distanciamento social para combater essa doença, dado que estes continuam a visitar casas de vizinhos e familiares como se nada de anormal estivesse acontecendo.
“Se calhar por falta de informação as pessoas que vivem no interior não estão a levar as recomendações das autoridades a sério. Muitos pensam que pelo facto de estarem longe das cidades não estão a correr perigo. Alguns até pensam que as proibições são apenas para não irem para os centros urbanos e que no campo podem fazer as suas vidas tranquilos”.
Por seu turno, Euclides Rocha diz que se há risco de aumento de contágio local o prazo do Estado de Emergência deve ser prorrogado para o bem de toda a população.
“O diretor nacional da saúde já disse que seria melhor aumentar o prazo para que as autoridades pudessem atacar melhor essa pandemia. Se calhar eles têm algum segredo que ainda não revelara, por isso é melhor prorrogarem prado de Estado de Emergência, porque prevenir é melhor que remediar”.
Também o cidadão António Gomes é da opinião que “embora temos ainda poucos casos positivos”, por questão de “prudência” é a favor da prorrogação do Estado de Emergência ainda que “seja limitado por ilhas.
Tendo em conta as nossas limitaçôes a nivel das condições sanitárias.
Já Henrique Varela considera que o Estado de Emergência e a quarentena foi uma boa medida uma vez que o isolamento social permite afastar a probabilidade do contágio e o confinamento permite também uma reflexão e tomada de consciência no tocante ao nosso comportamento em relação à saúde para os tempos vindouros.
Quanto à prorrogação do Estado de Emergência, Varela diz que prefere esperar um pouco ainda para ver a evolução da situação e assim inferir uma opinião.
“Creio que com esse Estado de Emergência a população ganhou a consciência da real situação e que daqui para a frente apenas uma ação pedagógica já é o suficiente”, conclui, mostrando-se para já na dúvida se se justifica ou não essa prorrogação.
Importa referir que em Cabo Verde foi decretado “Estado de Emergência” entre 29 de Março a 17 de Abril. E há fortes hipóteses deste prazo ser prorrogado pelo Presidente da República Jorge Carlos Fonseca, pese embora só existam 7 casos no país, pois três foram turistas (1 morto e dois evacuados). Isto depois de já terem sido fechadas as fronteiras internacionais desde o dia 19 de Março e as nacionais a 29 de Março.
Fogo, Brava, Maio, Sal e São Nicolau não registaram até agora casos positivos.
Os casos positivos registaram-se na Boa Vista ( 6 casos), São Vicente (1) e Praia (3).
SM
