“É com profunda consternação” que num comunicado enviado à nossa redacção que o Banco de Cabo Verde lamenta o falecimento de Abel Atanásio Spencer Mosso de Magalhães, Administrador do Banco de Cabo Verde no período compreendido entre 1981-1985.
Abel Magalhães faleceu no passado dia 23 de abril, em Leiria, Portugal, vítima de morte natural.
O BCV recorda que o “Sr. Abel de Magalhães nasceu a 5 de julho de 1932, na ilha da Boa Vista.
Ingressou em 1953 no Banco Nacional Ultramarino (BNU) como bancário na Guiné-Bissau, tendo sido transferido, em 1959, para Cabo Verde, mais concretamente para a cidade da Praia”.
Como Diretor de Contabilidade do BNU no arquipélago teve a incumbência de fechar as contas dessa instituição e abrir a contabilidade do Banco de Cabo Verde.
“O BCV absorveu todo o ativo e o passivo do BNU, numa transição que decorreu de forma serena e ao longo de um processo que, a meu ver, foi pacífico”, recorda Abel Magalhães no livro “Banco de Cabo Verde 40 anos de História” apresentado em 2016.
Conforme o comunicado do BCV, Abel Magalhães desempenhou a função de Diretor de Contabilidade, logo após a criação do BCV, para, mais tarde, vir a ser nomeado Inspetor-Geral do Banco. Em 1981 é chamado a integrar o primeiro Conselho de Administração do BCV, tendo desempenhado, cumulativamente, as funções de Presidente desse mesmo órgão, durante as ausências do Governador.
“O Sr. Abel de Magalhães é recordado, acima de tudo, pelo papel que teve na criação e expansão das agências do BNU e, mais tarde, do BCV a todas ilhas do arquipélago, numa altura, em que apenas havia agências bancárias destas instituições na Praia, no Mindelo e uma filial no aeroporto do Sal”. lembra o BCV.
“Para todos os efeitos, com a Independência Nacional, deixávamos de ser uma dependência do BNU em Cabo Verde para sermos um banco central emissor, cabo- verdiano, logo, com outros níveis de desafios, próprios de um país independente.
Felizmente, participei nessa ‘gesta’ e hoje é com satisfação e orgulho que olho para o passado e vejo o quanto de bom conseguimos fazer e realizar. Tudo isso graças ao empenho e ao trabalho de todos” testemunhou no livro “Banco de Cabo Verde
40 anos de História”.
O BCV recorda que no referido livro Abel Magalhães destacou ainda que o BCV goza de uma grande credibilidade junto da sociedade cabo-verdiana, porque, do seu ponto de vista, na sua génese, contou com a participação de “quadros engajados, competentes, honestos e comprometidos com o desenvolvimento de Cabo Verde”.
“Sem essa adesão, a missão do BCV teria sido muito mais difícil, seguramente”, defendeu.
O Sr. Abel de Magalhães considerou ainda no livro como muito gratificantes os trinta e oito anos de trabalho e de entrega, tanto mais que teve a oportunidade de participar no lançamento dos alicerces do Banco de Cabo Verde.
De recordar que, no dia 14 de abril de 2016, o Banco de Cabo Verde homenageou Abel de Magalhães, no âmbito da apresentação do livro “Banco de Cabo Verde 40 anos de História”, juntamente com 25 personalidades que protagonizaram papéis de grande relevância para o BCV.
“Neste momento de dor, é com profundo pesar que o Banco de Cabo Verde e o Governador expressam as mais sentidas condolências à Família enlutada”, finaliza a instituição no comunicado chegado à nossa redacção.