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Covid-19

PIB deverá ter uma retração de 4% num cenário optimista ou de 6,1% num cenário adverso

O Relatório de Política Monetária divulgado esta segunda-feira, 27, pelo Banco de Cabo Verde (BCV) apresenta dois cenários em termos de projeções macroeconómicas para 2020, tendo em conta as “enormes incertezas” existentes.

Desde logo em torno da duração do confinamento, a nível global, provocado pela pandemia da Covid-19.

Para o cenário central, “relativamente moderado” e para cenário adverso para uma conjuntura ainda “mais complicada”, ambos simulados com os dados disponíveis a 16 de abril de 2020, o relatório destaca que as projeções para as reservas internacionais líquidas do BCV, quer para o cenário central quer para o cenário adverso, apontam para  a manutenção de níveis de reservas externas compatíveis com a garantia do regime cambial de preço fixo do escudo face ao euro – financiamento de 7,4 e de 6,3 meses de importações de bens e serviços projetadas para 2020.

No cenário central (optimista) a atividade económica (PIB) poderá contrair 4,0% e a inflação poderá reduzir para 0,9%. Isto contando que as medidas sanitárias de contingência, aliadas às medidas orçamentais, monetárias e prudenciais, no entanto, adoptadas pelo país, “deverão mitigar, em certa medida, o efeito do choque exógeno na economia nacional”.

“O efeito seria ainda atenuado com o controle da propagação do vírus SARS-CoV-2 no decurso do segundo trimestre, com a descoberta de uma terapêutica para a doença nos próximos meses e com alguma restauração da confiança dos agentes económicos no terceiro trimestre”, realça o documento.

Por seu lado, o cenário adverso admite que a atividade económica (PIB) poderá contrair 6,1% e a inflação poderá aumentar para 1,2%.

Este cenário adverso assume, no entanto, a hipótese de um atraso na inversão da curva de contágios no ocidente e no país, e, com efeito, o adiamento do início da retoma da actividade económica global e nacional, que assume, ainda, uma probabilidade de obstáculos administrativos e operacionais condicionarem a implementação oportuna das medidas orçamentais e monetárias para mitigação dos efeitos da pandemia na economia nacional, assim como uma pressão altista dos preços de bens alimentares e de medicamentos.

Já para o crédito à economia, as projeções apontam para um aumento relativamente forte, de 4,7%, no cenário central, tendo em conta as linhas de crédito criadas pelo Governo e a linha de financiamento de longo prazo criado pelo BCV e cuja procura por parte da banca tem sido relativamente elevada. O crescimento do crédito à economia no cenário adverso será mais modesto, 2,5%.

“Face aos valores projetados para a evolução da inflação e das reservas externas, pode-se afirmar com propriedade que as medidas orçamentais e de política monetária adotadas pelo Governo e pelo Banco Central para mitigarem o impacto negativo da pandemia do novo coronavírus nas famílias e empresas não provocarão qualquer pressão altista nos preços e nem constituem um risco ao regime cambial existente no país”, realça o relatório.

 

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