A adega Chã, integrada pelos vitivinicultores de Chã das Caldeiras, ilha do Fogo, inicia, esta semana, a campanha de vindima, ou seja, a colheita de uvas e a sua posterior transformação em vinho.
Segundo A NAÇÃO apurou, a campanha de vinificação deste ano está a iniciar mais cedo do que habitual, porque, nos anos de seca, a uva tem a tendência de amadurecer um pouco mais cedo e, por conseguinte, a colheita deve ser feita na altura apropriada para evitar que os bagos percam o suco.
Segundo David Gomes Monteiro “Neves”, responsável da Adega Chã, a campanha vai decorrer em instalações provisórias que funcionam na zona e Cova Tina (Chã das Caldeiras) uma vez que ainda não foi construída a adega definitiva prometida desde 2017.
Ainda assim, garantiu que a adega provisória dispõe de capacidade e condições para absorver a pouca quantidade de uva e a sua transformação, uma vez que, em virtude dos três anos consecutivos de seca registados no país, a produção deste ano é baixa, situando-se à volta de um terço da produção de 2019, que também foi fraca.
Porém, “Neves” faz questão de alertar que, caso não for construída a prometida adega definitiva, no futuro, os vitivinicultores poderão vir a enfrentar “sérios problemas” para transformarem a matéria-prima destinada à produção de vinho.
Os três anos consecutivos de seca estão a ter um forte impacto nas plantas de videiras, as quais, apesar de terem sido submetidas a tratamento e poda, muitas delas não revitalizaram e, consequentemente, não produziram. Assim, os viticultores temem que essas plantas, possam não vir a produzir no futuro.
Contudo, não obstante a seca ter impedido a fixação de novas plantas ou causado a morte das que foram plantadas, os viticultores estão esperançosos num bom ano de chuvas, facto que, neste momento, se pode constatar nas milhares de covas que já se encontram abertas e preparadas para a plantação de videiras e de outras plantas fruteiras de sequeiro, logo que se registarem as primeiras chuvas em quantidade suficiente.
