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Cultura

Atleta cabo-verdiano paralímpico quer inspirar os outros com a sua música

Rafael Livramento, de nome artístico Java Delta Beats, é um jovem saniclauense de 18 anos que, apesar de uma deficiência visual, vê a vida com optimismo, sentimento que deseja transmitir também na música.

Viver a aproveitar a vida ao máximo é o tema do seu mais recente trabalho, lançado na semana passada. O single, intitulado “Live Max”, passa uma mensagem positiva, de esperança e motivação.

“O que quero transmitir nesta música é que as pessoas aproveitem a vida, mas que conheçam realmente quem são. Actualmente há muitas pessoas a viver em uma crise de identidade, influenciadas por elites sociais ou figuras famosas. Acho que devemos aproveitar que estamos com um pouco mais de tempo durante esta pandemia para pensar e decidir o que realmente queremos para a nossa vida”, explica.

Para além de cantar, Rafael é baixista e produtor/arranjador musical. Apesar de reconhecer na sua deficiência visual uma limitação, o jovem se posiciona como uma pessoa desafiadora.

“Sempre foi e sempre será uma barreira. Mas eu gosto de encarar desafios. Por exemplo, não posso passar horas à frente do computador a produzir beats, por isso trabalho mais com a audição, penso nas coisas que quero, gravo as ideias ou faço o que for possível manualmente. O meu amigo e parceiro de trabalho faz a parte mais complicada da produção, como mixagem, master, etc”, exemplifica.

Para além de estilos como pop e reggaeton, Rafael trabalha com músicas de carnaval e foi a voz da música oficial dos jogos Inter-ilhas 2019, em São Nicolau.

Este ano concluiu o ensino secundário e se prepara para estudar música em Portugal. O seu sonho, segundo diz, é ser professor de música e seguir carreira de artista.

“Para mim música tem que ser para dançar, inspirar a aliviar”, determina.

Atleta paralímpico

Por ser muito alto, conta o jovem, precisou praticar actividades físicas para combater um desvio de postura nas costas. No sétimo ano foi convidado a participar do seu primeiro campeonato paralímpico.

“Gostei da experiência de uma competição e passei a encarar o atletismo de forma mais séria a partir dai”, recorda.

Durante vários anos o jovem participou do Campeonato Nacional Paralímpico e em 2016 fez a sua primeira participação do campeonato da CPLP, no qual ficou, por duas edições, no primeiro lugar na competição de salto em comprimento. Rafael conseguiu ainda as medalhas de bronze nas corridas de 100 e de 400 metros.

Actualmente o jovem não está activo no desporto, mas se dedica a uma terceira actividade, ligada à música. Rafael é autor de um canal no youtube, onde faz vídeos de vida e obra de artistas cabo-verdianos e covers instrumentais de baixo.

NA

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