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Sociedade

Movimento contra o abate propõe aliança na gestão ética de cães e gatos

O Movimento Civil Comunidade Responsável (MCCR) propõe uma aliança para que
os municípios em Cabo Verde saibam gerir com ética a população canina e felina. A
ONG defende que o abate não é a solução, pelo que dizem existir medidas eficazes
na gestão.

A Aliança para a Gestão Ética da população canina e felina propõe educar as pessoas
para que saibam tratar dos animais, obrigar o registo de cães e gatos, controlar a
natalidade através da esterilização, e exigir legislação que penalize os maus tratos e o
abandono.

“Verificamos que os municípios não têm planos de ação, projeto, veterinário, unidade
de esterilização, sensibilização para a posse responsável, nem um sistema de registo,
ou seja, nem metodologia, nem ferramentas, nem um quadro normativo adequado e
nem conhecem as normas internacionais, as boas práticas e nem as leis nacionais”, diz
Maria Fortes, voluntária do movimento.

A ONG revela-se contra o abate de cães e gatos como alternativa de controlar a
sobrepopulação. Dizem ser inaceitável, custoso e ineficaz por não se tratar as causas
do fenómeno.

Enquadrado nesta alíança, o MCCR diz que em cada município será elaborado um
programa específico e um conjunto de projetos para melhorar os cuidados básicos
com os animais, a saúde pública e o relacionamento entre humanos, cães e gatos.

O objetivo não é criar canis por ser dispendioso, mas sim apostar nos cães
comunitários. “Em cada rua os moradores adoptam um cão e todos cuidam dele. A
Câmara Municipal aqui entra com o acesso gratuito à castração e controlariímos a
reprodução. A Câmara não teria custos com canis, as pessoas estariam numa relação
direta com os animais”, propõe o MCCR.

Metade dos municípios já manifestou interesse em aderir à aliança e seis aderiram
formalmente. Para a ONG, apesar de ser algo recente, já se sente algumas mudanças
nas comunidades que aderiram.

Os municípios em Santo Antão foram convidados a aderirem à aliança devido à
problemática de ataque dos cães ao gado, mas ainda não se tem resposta.

“Já fizemos um bom trabalho em Santo Antão e esperamos ter condições para a fase
seguinte de castração e tratamentos diversos. Gostaríamos que Santo Antão aderisse à
aliança , assim terá o apoio à sua disposição para que finalmente possa gerir a
população canina e felina com rosto humano e de forma eficaz”, conta Maria Fortes.

Os ataques dos cães ao gado são frequentes, pelo que o movimento diz que as
Câmaras Municipais não estão a aplicar o código de postura municipal que obriga o
registo dos cães e coima para quem não tiver o cão na residência.

A aliança de que se propõe poderá ajudar os municípios a solucionarem a
problemática dos cães vadios e aliviar os criadores de gado.

O MCCR funciona desde 2015 e tem no terreno mais de 600 voluntários que prestam
assistência aos cães e gatos em todo o país.

Ricénio Lima

*Estagiário

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