PUB

Sociedade

Abuso sexual de menores: Psicólogo fala dos sinais de alerta

A criança que sofre abusos sexuais apresenta sinais que podem ser notados. O
psicólogo Nilson Mendes dá indicações desses sinais e fala das consequências do
abuso, além de traçar perfil dos abusadores.

Mendes recomenda ter atenção a mudanças bruscas de comportamento, apetite ou
de sono, que diz serem indícios de que algo poderá estar a acontecer com a criança,
principalmente se mostrar curiosidade isolada, se fica perturbada quando está só ou
perto de alguma outra pessoa.

O psicólogo identifica outros sinais: a criança mostrar interesse excessivo ou evitar
questões de natureza sexual, apresentar problemas com sono ou pesadelo, depressão
ou isolamento de amigos e familiares, assim como se achar que tem o corpo sujo ou
contaminado, medo que haja algo de mal com seus genitais, negar-se ir à escola.

Rebeldia e delinquência, agressividade excessiva, comportamento suicida e terror ou
medo de algumas pessoas são também sinais de alerta.

A maioria dos casos de abuso sexual não é reportada devido ao medo das crianças em
contar para alguém o que se passou. Nilson Mendes avança que o dano emocional, ao
longo prazo, pode ser devastador.

“No ambiente familiar, a criança pode ter medo da ira do parente abusador, das
possibilidades de vingança ou da vergonha dos outros familiares e medo que a família
se desintegre ao descobrir seu segredo”, diz Mendes.

“Algumas das crianças abusadas sexualmente podem ter dificuldades para estabelecer
relações harmônicas com outras pessoas, podem se tornar adultos que também
abusam de outras crianças, podem se inclinar para a prostituição ou podem ter outros
problemas sérios quando adultos”, continua.

Abusador

Mendes faz saber que o abusador, por vezes, é uma pessoa que a criança conhece,
gosta ou confia, por isso consegue convencê-la por meio de persuasão, recompensa ou
ameaça.

O abusador, avança Mendes, pode pertencer a qualquer classe socioeconómico, sendo
que a maioria não apresenta comportamento criminal específico. São
maioritariamente do sexo masculino, activos no meio laboral e poucos sofrem de
doença mental grave.

A agressividade, alcoolismo, consumo de drogas, perturbações mentais, fanatismo
religioso, possessividade são apontados como factores de risco para a violência sexual.

Ricénio Lima

PUB

PUB

PUB

To Top