Os serviços da saúde sexual e reprodutiva de São Miguel têm registado uma diminuição da procura com a pandemia da covid-19. Segundo o enfermeiro obstetra responsável pela Unidade da Saúde Reprodutiva no concelho, José
Cardoso, pode se dizer que houve uma diminuição em torno dos 20%.
Com o aparecimento dos primeiros casos de covid-19 no país, muitas pessoas ficaram com receio de dirigirem-se aos estabelecimentos de saúde.
“No entanto, nos finais do mês de Abril as coisas melhoraram sobretudo com a procura pela Saúde Reprodutiva, mas ainda as pessoas vinham com algum receio. O comportamento das pessoas nas estruturas de saúde antes e durante esta crise pandémica tem sido muito diferente”, afirma José Cardoso.
Essa fonte diz ainda que “antes desta situação muitas pessoas, incluindo jovens, vinham ao Serviço da Saúde Sexual e Reprodutiva em busca de informações, mas agora só vêm por motivos essenciais. No que tange à consulta das grávidas, e vacinação de crianças, não notamos nenhuma quebra, mas aqueles que nos procuravam para obter informações, sem estarem relacionadas com gravidez ou vacinação, estes sim diminuíram”, garante.
Queda na ordem dos 20%
Durante o mês de Fevereiro registou-se uma média de 2700 pessoas que buscavam estes serviços, mas nos meses seguintes este número diminuiu, tendo chegado a cerca de 2500 no mês de março e aproximadamente 2200 em abril, ou seja verificou-se uma queda na ordem do 20%.
O mesmo explica ainda que são as mulheres em idade fértil, dos 15 aos 49 anos que mais procuram os serviços da saúde reprodutiva. Dentre esta faixa existe uma maior procura das mulheres entre os 17 e os 29 anos, que constitui 60% do nosso público.
O método do planeamento familiar mais usado pelas mulheres no município é o injetável, seguido pela pílula.
No que diz respeito à procura destes serviços por parte dos homens, Cardoso explica que “nos últimos tempos temos assistido a uma redução da procura dos serviços da saúde sexual e reprodutiva pelos homens. A faixa etária que mais procura estes serviços são os jovens com menos de 40 anos. Eles procuram por preservativos e
informações.
Desta feita como não trabalhamos aos finais de semana colocamos estes produtos no Banco de Urgência, para que os enfermeiros do turno possam oferecem a quem vier procurar.
Anícia Veiga
