Com frequência, os pais, os encarregados de educação, os adultos, de uma forma geral, sentem-se impotentes perante a sequência quase infinita de “mas porquê?” das crianças. Elas, alheias aos efeitos produzidos nos mais velhos com a sua pergunta insistente, procuram entender o meio circundante e testam os vários níveis de interação com a natureza, com as pessoas. Depois, as crianças crescem e, muitas vezes, esse carácter naturalmente inquisitivo fica diluído, dando lugar a uma atitude menos interrogativa, menos crítica.
Há um ano atrás, o jornal A NAÇÃO iniciou a publicação mensal do CADERNO CIÊNCIA, assumindo o desafio de desbravar um caminho diferente na exploração do saber. Um cuidado especial tem sido dado a temas relevantes aos jovens estudantes de hoje, produtores do conhecimento amanhã, porque acreditamos que o incentivo à descoberta do que nos rodeia, de forma simples e rigorosa, é mais uma forma de fazer com que eles não deixem esmorecer aquele período da vida em que sentiam a necessidade de estar sempre a perguntar: mas porquê?
Neste número, representando o seu primeiro aniversário, o CADERNO CIÊNCIA fala de CIÊNCIA PARA JOVENS. Como podemos atrair os jovens para a ciência, de forma desafiadora e fascinante? Este debate esteve também presente durante a 2ª Conferência de Física da Comunidade de Países de Língua Portuguesa, onde por um lado, ficou reforçada a necessidade de se investir na divulgação científica, para a sociedade em geral, e na criação de programas especialmente concebidos para os jovens e, por outro lado, no reforço das capacidades dos professores, em particular dos ensinos básico e secundário, na concepção de experiências desenvolvidas a partir de materiais de baixo custo ou mesmo reciclados.
Este número, a edição doze do CADERNO CIÊNCIA, é particularmente dedicado aos jovens que, na sua grande maioria, iniciam agora mais um ano escolar. O futuro é vosso, por isso, agarrem-no com firmeza!
A equipa do CADERNO CIÊNCIA
– Parte integrante do jornal A NAÇÃO Nº 265 de 27 de Setembro de 2012 –
