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Economia

Jovem empreendedora cria empresa para levar “Sabor d Morena” além fronteiras

Trata-se de uma empresa de Indústria Alimentar com ênfase no processamento e transformação de frutas e legumes, que ganha agora vida para se mostrar ao mundo

 

A jovem cabo-verdiana Gilda Marques é hoje uma mulher feliz e realizada. Depois de anos de luta, eis que consegue lançar oficialmente a sua empresa Ximango–Sabor d Morena, Arte, Lda, trabalhando sob a marca Sabor d’Morena, que promete levar o nome de Cabo Verde além fronteiras, com produtos Made in Cabo Verde.

Trata-se de uma empresa de Indústria Alimentar com ênfase no processamento e transformação de frutas e legumes, que ganha agora vida para se mostrar ao mundo, depois de muita luta e teimosia.

É que, como a empresária explicou ao A NAÇÃO, embora a empresa tenha sido criada desde 2015, altura em que ganhou o Prémio Mulher Empreendedora 2015, só agora conseguiu montar tudo, ter um espaço e Licenciamento Industrial.

“Desde essa época que tenho trabalho exclusivamente nela. Criar qualquer empreendimento em Cabo Verde já é um desafio, quanto mais uma empresa alimentar”, sublinhou a empresária.

Realização de um sonho

Hoje, o “Sabor d Morena” é mais do que uma empresa. “É uma oportunidade de criar o próprio negócio, realização do sonho”.

Para por de pé o “Sabor d Morena” foi necessário investir na aquisição de máquinas e outros equipamentos de processamento e transformação agro-alimentar.

Para já Gilda vai criar cinco postos de trabalho, mas, segundo conta, a ideia é até final do ano aumentar os recursos humanos, para consegui responder à demanda do mercado.

Neste momento a própria assume as funções de Gestora Administrativa e Financeira , Recursos Humanos e Coordenadora de Produção.

Os produtos têm como público alvo o mercado nacional, mas também o turístico, assim que avançar a retoma turística no país.

“Mas a curto prazo pretendemos atingir o mercado internacional com especial atenção à nossa diáspora. Tínhamos acabado de fechar uma parceria com um representante na ilha do Sal, mas a Covid-19 veio adiar o nosso projeto”, lamenta.

Natural, sem químicos

Na prática, a empresa dedica-se à transformação e processamento de frutas e legumes, através da conserva, produzindo assim doces, geleias, compotas, iguarias e licores, todos apresentando um “inovador sabor apimentado” pelo qual a marca se destaca. A produção, diz Gilda é “natural, sem conservantes ou corantes químicos”.

Parte da matéria prima usada vem do interior da ilha de Santiago, pois esta jovem empresária diz acreditar no potencial desses produtos.”É uma forma de dar oportunidade aos jovems e mulheres chefes de família; ao escoamento dos produtos, ainda mais nessa conjectura onde os produtos que eram antes destinados para as ilhas do Sal e da Boa Vista, sofreram uma queda, por causa da recente crise do novo coronavírus”, explica.

Embora o cenário não seja de “louvar”,  como afirma, Gilda considera um desafio manter qualquer empreendimento num cenário de incerteza . “Mesmo assim faço um apelo aos empresários a se juntarem nessa luta, e incentivar os que pensam em criar seus próprios negócios, para que nunca desistem dos seus sonhos”, reitera.

Mais atenção ao tecido empresarial

Questionada sobre como é criar uma empresa em plena pandemia da Covid-19 no país, com todas as restrições inerentes, a mesma não esconde que é um grande “desafio”.

“Era para termos aberto em Março mas com a Covid-19 tivemos de refazer os nossos planos”, esclarece.

Pese embora, os constrangimentos sejam anteriores à covid-19. Pois, instada se foi difícil criar a empresa Gilda admite, que sim.

“Foi difícil e tem sido até agora. Além de algumas burocracias do nosso sistema, alguma demora nas respostas, acho que se deve dar mais atenção ao tecido empresarial em Cabo Verde, principalmente neste momento que muitos estão em vias de fechar as portas. O muito que já se fez até agora ainda é pouco.
Mas é preciso mantermos com foco e não deixarmos cair, nem desistir dos nossos sonhos”, aconselha.

A empresa fica instalada na Cidade da Praia, na cidadela atrás do jornal a Nação e é inaugurada esta quinta-feira, 24 de Setembro pelas 10h30, na presença da primeira dama de Cabo Verde, Lígia Fonseca.

Perfil

Gilda Marques é natural da ilha da Boa Vista, mas reside em Santiago desde os 9 anos de idade. Filha de pai imigrante e mãe doméstica, cresceu num ambiente onde o negócio fazia parte do dia a dia da família e foi assim que desde muito cedo começou a ganhar gosto pelos negócios.

Licenciada em Contabilidade Auditora, neste momento na fase de preparação da sua Tese de Mestrado em Gestão Empresarial, também é Consultora e Formadora nas áreas de Recursos Humanos, Finanças Empresariais e Gestão de Projetos.

Em Outubro de 2015, recebeu o Prémio de Mulher Empreendedora, e desde essa data tem-se dedicado exclusivamente à sua empresa, largando o posto que ocupava de funcionária pública, num acto de “fé e ousadia”, como diz.

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