O antigo presidente da República, Pedro Pires, considera que a relação entre os povos não tem sido de igualdade, pelo que é necessário debater sobre questões identitárias sem tabus por constituírem “grandes problemas da humanidade”.
Pedro Pires fez estas declarações no âmbito da 7ª edição do Diálogo Estratégico, promovido pelo Instituto Pedro Pires Para a Liderança.
Migrações, racismo, identidades e suas contradições é o lema que orienta a 7ª edição do Diálogo Estratégico, promovida pelo Instituto Pedro Pires Para a Liderança. Para Pedro Pires, a relação entre os povos não têm sido relações humanitárias de igualdade, daí a necessidade de se debater estas questões.
“Têm sido relações diferenciadas, em que alguns estão numa situação superior e alguns numa relação inferior. Nós nos confrontamos com as identidades porque são povos diferentes, culturas diferentes, tudo depende da forma como você olha para o outro”, considera Pedro Pires.
E continua, “Se olhas para outro e o consideras igual a si não há problema, mas se olhas para outro e o consideras diferente, inferior a si, claro que há problemas, há opressão, racismo, discriminação”, sublinha.
Para Pedro Pires é preciso discutir e combater a opressão, o racismo e a discriminação motivada pelo desrespeito às diferenças identitárias. No caso de Cabo Verde, o comandante diz que há casos de preconceitos, mas que não se pode falar de uma sociedade racista.
“Podemos dizer que a nossa sociedade é bastante equilibrada. Institucionalmente não existe racismo no nosso país e ninguém é prejudicado na sua extensão social por causa da cor da pele. Somos de todas as cores”, garante o antigo presidente da república.
A 7ª edição do Diálogo Estratégico decorre desde ontem, 29, e continua esta sexta-feira, pela primeira vez online, devido à covid-19.
