Um jovem de Ribeirinha, em São Vicente, que testou positivo à COVID-19, disse ao A NAÇÃO estar, há mais de 20 dias, aguardando ser transferido para uma unidade de isolamento, evitando, assim, transmitir o vírus aos seu familiares.
No espaço de 17 dias, Elvis Silva, foi submetido a um teste rápido e dois PCR, com todos a darem resultado positivo.
Silva vive em Ribeirinha e, após acusar alguns sintomas de COVID-19, no passado dia 9 de Outubro, dirigiu-se Ao Hospital “Dr. Baptista de Sousa”. Foi submetido a um teste rápido, cujo resultado deu positivo e ficou a aguardar em casa o resultado do PCR.
“Após isso, deram-me dez dias de casa, para infectar a minha família. No dia 17, ligaram-se a informar que o teste PCR tinha sido positivo. Ainda me disseram nesse dia, que iriam ver se conseguiam levar-me ao Centro de Estágios, para ser isolado e receber os cuidados necessários. Até hoje estou a aguardar”, explica ao A NAÇÃO.
Na passada segunda-feira, 26, este jovem foi submetido a um segundo teste PCR, cujo resultado positivo saiu sexta-feira, 30.
Após ter tido o primeiro resultado positivo, os membros da família de Elvis também tiveram que fazer testes PCR, mas ainda não receberam o resultado.
Desde que foi diagnosticado com COVID-19, Elvis Silva teve a perda de paladar e olfacto, diarreia e tosse seca como principais sintomas.
Segundo conta, graças à sua família, presentemente, os sintomas têm sido mais leves.
Confrontado com este caso, o delegado de Saúde de São Vicente, Elísio Silva, disse que não corresponde à verdade, pois, todos os casos identificados são colocados no Centro de Estágios.
“É mentira. Nenhuma pessoa diagnosticada com o vírus aguarda 20 dias, uma vez que temos espaços de sobra. Todos os casos positivos que tivemos, para a pessoa ficar em casa só se tiver condições e ele mesmo tem que aceitar. Se ele não aceitar, levámo-lo para o Centro de Estágios. Ele deve estar a falar à toa. Com 20 dias, a pessoa já recebe alta, pois, com dez dias, uma pessoa com o vírus recebe alta porque está assintomática”, explica Elísio Silva.
Elvis Silva garantiu, também, ao A NAÇÃO, que 13 dias após ter feito o primeiro teste à COVID-19, assinou um Termo de Responsabilidade para ficar em casa. Documento que, segundo o delegado de Saúde, só é assinado se o paciente aceitar e tiver as condições sanitárias básicas (quarto e banheiro isolado).
Após esta abordagem do A NAÇÃO ao delegado de Saúde neste sábado, 31, o paciente foi contactado pelas autoridades sanitárias, tendo em vista a resolução desta situação.
São Vicente tem, neste momento, 28 casos activos de COVID-19, segundo dados do Ministério da Saúde apresentados nesta sexta-feira, 30.
