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Sociedade

“Em Cabo Verde não se criam líderes, criam-se seguidores” – Alveno Soares

Alveno Soares, activista social de 34 anos, defende que é preciso capacitar os jovens e parar de criar barreiras para o empoderamento e associativismo juvenil. Criar líderes em vez de meros seguidores e quebrar o choque geracional existente.

Ativista há mais de dez anos, estudante de Serviço Social, animador sociocultural e guia turístico de profissão, Alveno Soares considera que antes de cobrar devemos preparar os jovens, reeducando-os e criando condições reais para que possam se tornar ativos e habilitá-los a reger o país, no futuro.

“Estamos a exigir dos jovens uma factura que não é deles. Temos de desconstruir esse conceito de educação formal. Não é só a escola que educa. A família educa, a religião educa, a sociedade civil educa, o Estado educa. Depois disso é preciso, então, criar oportunidades reais, oportunidades sustentáveis”, expressa o activista.

Alveno Soares diz ainda que o Governo e as instituições, governamentais ou não, impõem limitações aos jovens, privando-os de revelar o seu real potencial.

“O empreendedorismo juvenil é uma ferramenta de manipulação por parte das estruturas governativas. Os jovens acabam por ser marionetas, pois são somente promessas e nunca um emprego sustentável. E o associativismo está à beira da morte, porque aproveitam-se das associações para vantagens de campanhas e políticas. E depois são esquecidas”, afirma.

Além das limitações impostas, o ativista pensa que, em Cabo Verde, há um choque geracional que é preciso resolver, sendo necessário dar espaço e oportunidades de liderança aos mais novos.

“Em Cabo Verde não se criam líderes. Criam-se seguidores. E é exatamente por isso que o empoderamento e o associativismo juvenil não se desenvolvem. Temos uma luta de geração na qual os mais velhos se recusam a passar o testemunho e a colocar os mais jovens em cargos de responsabilidade”, critica.

O ativista alerta ainda que os jovens devem participar das decisões que são tomadas para eles e que o Governo deve começar a fazer projetos e políticas com os jovens, em vez de fazê-los para os jovens.

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