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Economia

Empreendedorismo: “Dinho”, de militar a marceneiro

Depois de cumprir o serviço militar, Claudino Soares da Cruz, mais conhecido por Dinho, residente em Ponta Verde, Calheta de São Miguel, viu na marcenaria a forma de dar um novo rumo à vida e de conseguir o sustento para si e sua família.

Num espaço anexo à casa dos pais, em Calheta de São Miguel, Dinho, 27 anos, abriu a sua própria oficina de marcenaria, e é comum ver no local jovens da zona que ali vão aprender um pouco desse ofício que é também uma arte.

Entre pedaços de madeira e serradura, o som do martelo e outras ferramentas ajudam a caracterizar o ambiente.

Dinho conta que, ao terminar o 12º ano de escolaridade, decidiu abraçar a vida militar já que não podia continuar os estudos.

“Tinha ouvido dizer que na tropa existem oportunidades para formações em várias áreas e até de seguir carreira”, relembra Dinho. “Foi o que procurei fazer. Estando na tropa esperava sair com uma profissão”.

Por diversas vezes tentou ser incluído numa das acções que as Forças Armadas organiza, mas sem sucesso. Às vezes, quando aparecia alguma formação, por azar ou outras razões, o nosso entrevistado estava sempre ausente ou impossibilitado.

“Por exemplo, quando calho-me uma oportunidade, estava em destacamento e, por isso, não me encontrava no quartel”. Porém, um dia a sorte acabou por bater-lhe à porta ao ver-se incluído numa formação em marcenaria.

“No início eu não sabia do que se tratava, cheguei até a ficar um pouco assustado, mas decidi, mesmo assim, ir para essa formação”, explica.

Foi durante as visitas práticas feitas a empresas do ramo é que Dinho acabou por interessar-se e apaixonar-se, verdadeiramente, pela profissão de que hoje se orgulha. Como relata, cada vez que via algo que chamava a sua atenção dizia para si próprio: “Um dia farei isso”, e assim continua até hoje.

Um novo questionamento
Terminada a formação e o serviço militar, logo surgiu a pergunta: onde conseguir um emprego? A questão acabou por ser resolvida com a ajuda de um amigo, Gabriel, também da Calheta, que trabalhava na área. Juntos trabalharam durante quatro anos-.

Hoje, com oficina própria, Dinho mantém o espírito inquieto, aberto aos desafios, sobretudo os desafios relacionados com a marcenaria.

“Gosto de trabalhar onde posso criar e não ficar com a mente parada”, confessa.

Dinho faz diferentes tipos de trabalhos tanto em madeira como em alumínio, nomeadamente, portas, janelas, varandas, armários para cozinha entre outros. “Tudo é feito sob encomenda”, afirma.

Prestes a completar um ano a exercer o ofício de forma autónoma, diz que se as coisas continuarem a correr bem vai poder contratar pessoas para trabalhar, mas ressalva: “Não quero ser um chefe, prefiro ser um líder e mostrar o caminho”.

Claudino Soares da Cruz reconhece que é jovem e novo no mercado, por isso apela às pessoas para que acreditem na sua capacidade e na sua palavra e não olhem apenas pela aparência: “O rosto não mostra a capacidade de ninguém”, garante. 

(Publicada na edição semanal do jornal A NAÇÃO, edição 700, de 28 de Janeiro de 2021)

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