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Tóquio 2020: Presidente do Comité organizador renuncia ao cargo após comentários sexistas

O presidente do Comité organizador dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, Yoshiro Mori, renunciou ao cargo nesta sexta-feira (12), após fazer comentários sexistas que causaram protestos internacionais.

“Minha declaração inadequada causou muito caos. Desejo deixar o cargo de presidente a partir de hoje”, disse em reunião do conselho executivo de Tóquio-2020, convocada para discutir seus comentários.

Ele afirmou que o mais importante agora é que a Olimpíada de Tóquio seja um sucesso. As declarações sexistas foram dadas durante um encontro com o Comitê Olímpico Japonês aberto à imprensa no dia 3.

De acordo com o jornal japonês Asahi Shimbun, um dos maiores diários do país, Mori reclamou que reuniões com mulheres são muito longas, ao responder a uma pergunta sobre o plano do comité de aumentar o número de mulheres no seu conselho para 40% do total.

 “Em conselhos com muitas mulheres, as reuniões levam muito tempo”, disse, rindo, segundo o Asahi Shimbun.

“As mulheres têm um forte sentido de competição. Se uma pessoa levanta a mão, outras provavelmente pensam: também preciso dizer algo. É por isso que todo o mundo fala”, disse.

“Se você aumenta o número de membros executivos femininos, e se seu tempo de palavra não estiver limitado em certa medida, terá dificuldade para terminar, o que é irritante”, acrescentou Mori, ex-primeiro-ministro do Japão (2000-2001).

“É preciso regular o tempo de uso da palavra até certo ponto, ou então nunca seremos capazes de terminar.”

A renúncia alguns meses antes do início dos Jogos, que têm cerimônia de abertura marcada para 23 de julho, pode corroer ainda mais a confiança na capacidade dos organizadores de realizar o evento durante a pandemia de coronavírus.

Mori havia perdido os apoios do primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, que chamou as declarações de “inaceitáveis”, e do presidente do COI (Comité Olímpico Internacional), Thomas Bach. A entidade máxima olímpica disse em um comunicado que as falas foram “absolutamente inapropriadas”.

 

C/ Folha de São Paulo

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