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Covid-19

Vacina cubana Soberana 02 em destaque nos organismos e médias internacionais

O Instituto Finlay de Vacinas de Cuba dará início, na primeira semana de Março, à fase III e última dos testes da vacina cubana contra Covid-19 denominada Soberana 02. Esta vacina, que vem revelado uma “potente resposta imunitária”, começou já a ter amplo destaque nos organismos e medias internacionais.

“Fármaco esperançoso”, “tecnologia segura”, “o primeiro candidato da América Latina” e “extraordinária realização científica” são algumas das frases que acompanharam vários artigos sobre a vacina Soberana 02 nos meios de comunicação como The New York Times, o portal web Business Insider, EuroNews e a rede britânica BBC, entre outros.

Poucos dias após o início da fase III dos testes clínicos com 42.600 voluntários, o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, destacou recentemente o avanço da produção em grande escala da vacina Soberana 02, que qualificou como mais um passo para a tão esperada imunização dos cubanos.

Miguel Díaz-Canel, Presidente de Cuba

A vacina, que está em fase final de testes, chama-se Soberana 02, uma homenagem ao orgulho da nação cubana pela sua autonomia.

Roselyn Martínez, subdiretora de Operações Industriais do Instituto Finlay de Vacinas, especificou que a indústria biofarmacêutica já produziu o primeiro lote de 150 mil frascos da vacina Soberana 02 e acrescentou que está sendo produzido o segundo grupo.

Por sua vez, o médico Vicente Vérez, director geral do referido instituto, anunciou nos últimos dias que a fase III do Soberana 02 está agendada para o próximo dia 1 de Março porque mostrou grande segurança nas suas fases II A e II B do estudo, bem como uma “potente resposta imunitária”.

Vicente Vérez – Director Geral do Instituto Finley de Vacinas

“Também induz a memória de longo prazo daquela resposta imunológica que, além de produzir anticorpos, os faz durar”, disse aquele especialista destacando, igualmente, que está em avaliação a utilização de uma terceira dose de Soberana 02 com acção reforçadora para induzir resposta imune de neutralização viral e um ensaio em pacientes pediátricos.

“É uma vacina conjugada, na qual o antígeno do vírus, o domínio de ligação ao receptor (RBD), está quimicamente ligado ao toxoide tetânico, possui duas formulações e a segunda delas foi altamente eficaz em animais”, explicou Vicente Vérez.

Reconhecimento da ONU e outros organismos internacionais

A propósito do sucesso desses ensaios na produção de uma vacina cubana, a Organização das Nações Unidas (ONU) destacou no seu site de notícias que a capacidade de Cuba de desenvolver uma vacina é fruto de décadas de investimento na sua indústria biofarmacêutica.

Por sua vez, a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial considera que, num contexto internacional marcado por disputas sobre a distribuição equitativa das vacinas contra a Covid-19, as vacinas cubanas poderiam ser uma salvação potencial para os países em desenvolvimento.

Técnicos do IFV-soberana-vacuna

Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde, Cuba pode tornar-se no primeiro país latino-americano a produzir a sua própria vacina e, uma vez concluídas as propostas, outros povos da América Latina e do Caribe também poderão beneficiar com esta vacina.

Recorde-se que Cuba, o primeiro país da América Latina a apresentar vacinas próprias contra a Covid-19, também tem outras três propostas de vacinas contra a Covid-19, nomeadamente a Soberana 01 do Instituto Finlay e as elaboradas no Centro Abdala e Mambisa de Engenharia Genética e Biotecnologia.

New York Times destaca conquista de Cuba

Vários organismos internacionais e meios de comunicação reconheceram recentemente o potencial da biotecnologia em Cuba, especialmente no desenvolvimento de quatro vacinas contra a Covid-19, facto que, conforme destacam, poderia tornar esse país no primeiro da América Latina a produzir uma vacina contra essa doença infecciosa.

O jornal New York Times destacou recentemente como extraordinária conquista científica de Cuba, o início, no próximo mês de Março, da fase final dos testes do Soberana 02, vacina contra o Covid-19.

O jornal sublinha que essa conquista ocorre apesar das dificuldades económicas que a nação caribenha enfrenta devido a “décadas de hostilidade dos Estados Unidos”, numa clara alusão ao bloqueio económico, comercial e financeiro imposto por Washington há quase seis décadas.

Esse jornal norte-americano faz referência aos planos do governo para quando for concluído o processo exigido pelas autoridades reguladoras, ou seja, se os testes forem bem-sucedidos, o governo cubano pode inocular toda a sua população e iniciar as exportações para o exterior até o final do ano.

Segundo a publicação, se a vacina se mostrar segura e eficaz como demonstram os testes já realizados, o governo cubano teria uma importante vitória política e a oportunidade de melhorar a situação económica de um país “que durante décadas promoveu o seu sofisticado sistema de saúde como prova dos benefícios do socialismo. “

O New York Times cita a opinião de Richard Feinberg, um especialista da Universidade da Califórnia, no campus de San Diego, que acredita que não se trata “apenas de medicina e humanitarismo. Haverá um grande benefício económico se eles conseguirem controlar o vírus, e isso não será apenas uma receita imediata, mas um impulso para a reputação do sector de biotecnologia farmacêutica da ilha.

Richard Feinberg

Cientistas cubanos afirmam que o governo provavelmente doará algumas doses aos países pobres, em conformidade com a sua longa prática de fortalecer as relações internacionais por meio da doação de medicamentos e envio de médicos para lidar com crises de saúde pública no exterior.

A reportagem do jornal New York Times, assinada por Ed Augustin e Natalie Kitroeff, lembra que Cuba começou a investir dinheiro em biotecnologia na década de 1980, como parte do esforço do então presidente Fidel Castro para tornar a nação autossuficiente face ao bloqueio norte-americano que dificultou a obtenção de medicamentos noutros países.

A reportagem também assinala o desenvolvimento do sector de biotecnologia de Cuba, que fabrica oito das 12 vacinas que são administradas às crianças da ilha e exporta para mais de 30 países.

Cientistas cubanos desenvolveram tratamentos inovadores, como uma vacina contra tumores de câncer de pulmão, em testes no Roswell Park Comprehensive Cancer Center, em Nova York, lembra o jornal New York Times.

*Com Agências Prensa Latina, ACN, Cubadebate, EFE, AFP e Reuters

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