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Sal

Incêndio no Jardim e Centro Comunitário de Terra Boa: funcionários falam em vingança

O incêndio que aconteceu na madrugada de sexta-feira no Jardim e Centro Comunitário de Terra Boa, Sal, pode ter motivos de vingança na sua origem, por a instituição denunciar casos de abuso sexual.de menores. A PJ já está a investigar o caso.

Funcionários da instituição alegam que se trata de vingança e que tudo aponta para uma tentativa de homicídio do guarda, que se encontrava no espaço.

José Rui do Rosário, guarda em regime de voluntariado, em entrevista à rádio pública, diz ter escapado do incêndio e garante que foi aprisionado pelos criminosos dentro do espaço, no momento do ato.

“Quase uma hora da madrugada, saí para ir à casa de banho e senti o cheiro de queimado. Subi para o terraço e vi lume no local. Quando desci para abrir a porta encontrei um espeto dentro do cadeado, que me impossibilitava sair do local. Regressei de novo ao terraço e comecei a gritar por socorro e alguém que estava por perto ouviu e chamou por ajuda”, explicou o guarda.

A presidente da associação de apoio às crianças de Terra Boa, Anne Seiller, fala sobre uma possível tentativa de vingança, tendo em conta o trabalho que a instituição tem feito em prol da prevenção e denuncia de casos de violência sexual na ilha do Sal.

“Tivemos uma tentativa de homicídio. Os bandidos fecharam o nosso guarda dentro do espaço para que não conseguisse sair. E posso dizer que nós mandamos algumas pessoas para a cadeia e recebemos algumas ameaças. Está tudo registrado na Polícia Judiciária”, garante a presidente.

Além disso, Anne Seiller diz ter perdido as esperanças em relação às intervenções das autoridades competentes neste tipo de situações, mas acredita que com as campanhas eleitorais à porta algo poderá ser feito.

“No momento estão em campanha e pode ser que apareça uma doação, mas para ajudar um centro como o nosso, já perdi a esperança”, diz.

Por sua vez, Ladízia Chantre, assistente social do centro, apela à proteção das autoridades policiais e diz sentir-se ameaçada com a situação.

“Nós cuidamos de casos de violação sexual e a PJ tem conhecimento disso, mas por causa disso sentimo-nos ameaçados. Da mesma maneira que aprisionaram o nosso guarda, podemos sair à rua e levar um tiro. Queremos justiça”, apela.

O caso já está a ser acompanhado pela PJ, contudo os funcionários do local avançam que o prejuízo foi grande, pois em causa estão livros e materiais didáticos de apoio às 243 crianças que fazem parte do jardim e centro juvenil de Terra Boa.

C/ RCV

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