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Política

Legislativas 2021: Campanha arranca hoje – quem é quem e o que está em jogo ?

Arranca hoje a campanha oficial para as legislativas de 18 de Abril, sétima disputa do género em Cabo Verde, desde 1991. Seis partidos políticos concorrem à governação do país. Na “primeira divisão”, temos o MpD, que procura renovar o mandato; o PAICV, que quer voltar ao poder; e a UCID, que luta por uma bancada parlamentar. Sem representação parlamentar, por isso na “segunda divisão, temos também o PP, o PSD e o PTS. Em disputa estão os 72 assentos parlamentares.  

Os seis partidos políticos concorrentes às eleições legislativas de 18 de Abril já estão na estrada, à procura de convencer os eleitores, no país e na diáspora, a votarem nas suas propostas. Uns procuram renovar o mandato e outros a sua estreia como deputado.

O Movimento para a Democracia (MpD), partido no poder desde 2016, liderado por Ulisses Correia e Silva, e o Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), a maior força política da oposição, liderado por Janira Hopffer Almada, e a União Cabo-verdiana Independente Democrática (UCID), também oposição, liderado por António Monteiro, são as três principais formações que concorrem a todos os 13 círculos eleitorais, 10 no país e três na diáspora.

Já o Partido Popular (PP), liderado por Amândio Vicente, concorre a apenas em seis círculos eleitorais: Santiago Norte, Santiago Sul, Boa Vista, Américas, África e Europa e Resto do Mundo.

Por seu turno, o Partido do Trabalho e da Solidariedade (PTS), encabeçado por Carlos Lopes “Romeu di Lurdes”, apresenta-se também apenas em seis círculos eleitorais: Santiago Sul, Santiago Norte, São Vicente e os três círculos da diáspora. E, por sua vez, o Partido Social Democrata (PSD), encabeçado por João Além, concorre em cinco círculos: Santiago Sul, Santiago Norte e os três círculos da Diáspora.

MpD quer maioria absoluta

O MpD, que conseguiu eleger 40 deputados em 2016, quer renovar o mandato a 18 Abril com maioria absoluta. O seu presidente e primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, considera que “a estabilidade é importante para o país”. E para isso defende que é preciso ter “um bom suporte parlamentar, isto é, a maioria dos deputados no parlamento para poder governar com segurança”.

 O líder do MpD que concorre sob o lema “Cabo Verde no caminho seguro”, traça como principais desafios “vencer a pandemia, proteger empregos, empresas, rendimentos, relançar a economia e a vida social, com o intuito de colocar Cabo Verde no caminho do desenvolvimento”.

UCS exorta os cabo-verdianos a votarem no MpD, como a melhor escolha, para continuar a criar economia e recolocar o país no “caminho certo”, uma ideia repescada de 1995, quando Carlos Veiga conseguiu a sua segunda maioria qualificada.

PAICV quer regressar ao poder

O PAICV, relegado para a oposição em 2016, depois de 15 anos de poder, quer voltar ao governo. Em 2016, já sob a liderança de Janira Hopffer Almada, obteve apenas 29 deputados. Mas agora apresenta uma lista renovada e quer vencer as eleições de 18 de Abril com maioria absoluta.

O PAICV concorre sob lema “Um Cabo Verde Para Todos”, no pressuposto de que “o país não está bem”. Assegura por isso que quer vencer as eleições para “devolver Cabo Verde aos cabo-verdianos”, construindo “um Cabo Verde para todos”.

“Este é o nosso projecto. Para toda a gente, sem exclusão, para os mais velhos, para os mais novos, para os ricos e pobres, para todas as ilhas e localidades”, afirma a presidente do PAICV.

JHA defende que a agenda económica do país para os novos tempos exige uma visão de futuro “ambiciosa mas realista”. Por isso, diz que está nas mãos dos cabo-verdianos resgatar o País, que “não vai bem”, e transformá-lo num Cabo Verde melhor.

UCID quer vencer para dar “outro rumo” ao país

A UCID, que em 2016 elegeu três deputados pelo círculo eleitoral de São Vicente, quer agora melhorar o seu score elegendo deputados em outros círculos eleitorais e formar assim uma bancada parlamentar para ter equilibrar o parlamento. O seu líder, António Monteiro, que concorre sob o lema “Basta dos Mesmos”, diz que Cabo Verde “precisa de outro rumo urgente”.

E para isso assegura que a UCID está disponível para governar o país se o povo assim quiser: “Nós estamos a participar nessas eleições com a vontade de vencer porque nós entendemos que o país da forma como está não pode continuar. Cabo Verde precisa de um outro rumo urgente, de governantes que tenham alma e coração grande e estamos nessa luta para que isso possa acontecer”.

PP quer pelo menos um deputado

O PP, liderado por Amândio Vicente, concorre sob o lema “Por Uma Politica Diferente”. Quer eleger pelo menos um deputado para continuar a lutar para o “bem-estar e dignidade” da família cabo-verdiana.

Amândio Vicente defende que é necessário o apuramento do cadastro social para captar/registar as pessoas sem rendimentos e património relevantes para serem apoiadas na formação e no emprego.

“O PP vai desenvolver a educação e os mecanismos materiais que possam produzir não são recursos e tecnologias mais adaptadas para o desenvolvimento do país, mas também na consciencialização das pessoas do seu papel e da sua responsabilidade como agente de desenvolvimento pessoal e familiar da sociedade”, apontou.    

PSD elege educação como pilar do desenvolvimento

O presidente do PSD, João Além, destaca a educação como a chave para o desenvolvimento de Cabo Verde. Pois, como afirma, antes de qualquer política é “preciso mudar tudo”, já que “da forma como está não pode continuar”, visto que o povo “grita por uma solução”.

E por acreditar ser a solução que o povo espera para “salvar” o país, Além elege o sector da educação como pilar das mudanças. Segundo diz, os alunos cabo-verdianos ao saírem das universidades não estão preparados para dar respostas às necessidades do país.

“O ensino terá de ser reformado e transformado, assim como o sector da saúde e trabalho, para que possa haver desenvolvimento”, defende.

João Além, que é um velho conhecido das disputas legislativas desde a década de 1990, defendeu ainda que o país precisa de “um governo com medidas renovadoras e um programa que prioriza a dignidade do ser humano e as respostas que se exigem à sua realização e autodeterminação. E que aposta firme no empoderamento das pessoas através da Educação e da Cultura enquanto ferramentas centrais na construção de uma sociedade”.

Os sociais-democratas prometem repor tudo quanto se vendeu do país nos sectores de transportes e dar combate à corrupção.

PTS quer uma bancada

O PTS, encabeçado por Carlos Lopes “Romeu di Lourdes” e que concorre sob o lema “Novos tempos, Novos Caminhos”, quer, se possível, formar uma bancada parlamentar para representar o povo e dar o seu contributo para um parlamento mais equilibrado.

E por um Parlamento mais representativo espera contar com um forte envolvimento dos jovens na política, despertar consciências, desbravar o caminho e para o partido apresentar a sua própria proposta no parlamento para melhorar a vida dos cabo-verdianos.

Para Romeu di Lourdes, “a abstenção também é uma prova clara de que as pessoas querem novas propostas, novas ideias, novas abordagens, novas visões”. E, caso for eleito, promete entrar no Parlamento “com suor, com trabalho árduo”, para defender interesse dos cabo-verdianos.

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