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Desporto

CAN 2021 Andebol Feminino: Treino duro, pandemia e incertezas

A selecção cabo-verdiana de andebol feminina está na sua quarta semana de preparação, de forma tripartida entre as ilhas de Santiago, Sal e São Vicente, dado as limitações impostas pela covid-19. É neste contexto que se prepara a participação no 24.º Campeonato Africano das Nações (CAN), disputado de 8 a 18 de Junho em Yaoundé, nos Camarões.

Cabo Verde entra em campo pelo Grupo C, a 9 de Junho contra Angola, a campeã africana em título. No dia 11 defrontará a congénere do Congo para terminar a fase de grupo no dia 15, diante da Argélia. Os restantes grupos são compostos pela selecção do Senegal, Tunísia, Guiné, Conacri e Madagáscar (Grupo A) e RD Congo, Camarões, Nigéria e Quénia (Grupo B).

Do conjunto de atletas pré-convocadas, 15 estão sob orientação do técnico Nelson Martins, na cidade da Praia, dez com Flávio Lima, nos Espargos e outras seis no Mindelo, acompanhadas por Aquilino Fortes.

Foram pré-seleccionadas inicialmente em São Vicente 11 atletas das três equipas da Associação Regional de Andebol: G.D. Amarante, Atlético e Farense. Porém, por motivos escolares, de lesão e pessoais, o grupo ficou reduzido a seis jogadoras. Três do Atlético Clube do Mindelo e três do Grémio Desportivo Amarante.

Josina Freitas, 30 anos, pivô, do Amarante, umas das jogadoras mais experientes do grupo, diz que está a fazer um grande esforço para estar na lista final. “Mas não está a ser fácil após mais de um ano de inactividade”.

“Ainda não estou a 100%”, admite ao A NAÇÃO, “mas, sinto-me bem e a cada dia trabalho para melhorar isso, com certeza, nas semanas que restam ate à divulgação da lista final, estarei cada vez melhor”.

Aliás, a vertente física, que é uma das grandes prioridades na preparação das atletas, não foi posta de lado, mesmo durante um ano atípico. “Temos o andebol nas veias foi impossível ficarmos paradas. Durante a reabertura dos espaços desportivos recomeçamos os jogos de treino duas vezes por semana e com os treinos funcionais para manter a forma”, recordou a jogadora do Amarante, que está de regresso lides da selecção nacional.

A atleta de 3 0 a nos, natural do Mindelo, e residente no bairro da Ribeira Bote, pratica a modalidade desde dos 14, altura em que ainda estudava na Escola Industrial e Comercial do Mindelo (escola técnica).

A seis vezes campeã regional e vice-campeã nacional, sempre representando as cores do Amarante, Josina Fortes, confessa que não tem conhecimento sobre as selecções adversárias. Seleccionada pela primeira vez em 2015, conta uma única internacionalização, no ‘Challenge Trophy’, do mesmo ano.

Por sua vez, Lisiane da Cruz, apesar de ser a mais jovem das pré-seleccionadas de São Vicente, aponta baterias à convocatória final “como o único objectivo”. Mesmo assim, tem a consciência que “não será uma luta fácil, pois a concorrência é elevada”.

Além disso, a pivô pontuou que o regresso aos treinos depois de uma longa ausência de competição tem sido “um grande desafio”. “As primeiras semanas foram exigentes, mas entrego no campo aquilo que o treinador nos pede”, acrescenta.

Conforme a atleta, ela já tem um certo conhecimento das jogadoras adversárias no CAN, pois defrontou algumas, a serviço do Atlético, durante os jogos da liga dos campeões africanos, na cidade da Praia, em 2019. Nomeadamente as jogadoras da selecção angolana que atuam no Petro de Luanda.

A mais jovem das pré-convocadas de São Vivente joga desde os 13 anos. Primeiro nas equipas da Escola José Augusto Pinto (EJAP) até aos sub-20, para depois se integrar na equipa sénior feminina do Atlético Clube do Mindelo, onde atua.

No palmarés a atleta, residente em Fonte Francês, conta com dois campeonatos regionais e um nacional pelo Atlético. Agora, aos 24 anos recebe a sua primeira chamada (pré-convocatória) para a selecção nacional.

Estado de calamidade e treinos em regime especial

Após um registo crescente do número de novos casos de infecção por covid-19, nas últimas semanas, o Governo voltou a decretar o estado de calamidade por 30 dias em todas as ilhas, excepto a Brava. Adoptando, assim, medidas restritivas para limitar as actividades com aglomerações de pessoas, entre as quais as actividades colectivas de desporto.

Tal facto fez com que pairassem, por alguns dias, algumas dúvidas quanto à continuação da preparação das selecções nacionais seniores, de andebol feminino e de basquetebol masculino, para as competições internacionais que disputam nos próximos meses.

Após um pedido da Federação Cabo-verdiana de Andebol ao Ministério da Saúde, foram autorizados os treinos em regime especial da selecção feminina, com vista à sua participação CAN 2021. Na entanto, a FCA deverá assumir todas as responsabilidades para a implementação das medidas sanitárias, desde do uso de máscaras à presença de pessoas autorizadas nos locais de treino, entre outros aspectos fundamentais que garantam a segurança sanitária de todos.

(Publicada na edição semanal do jornal A NAÇÃO, nº 714, de 06 de Maio de 2021)

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