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São Vicente

“Não sou inválida, luto por aquilo que quero”- Sónia do Rosário 

Sónia do Rosário é uma jovem, natural de São Vicente, nascida com má formação num dos braços e deficiência físico-motora, que não perde a esperança e luta para conquistar os seus sonhos.

Mesmo enfrentando a discriminação dos professores, os olhares daqueles que não acreditavam nela e os comentários depreciativos, conseguiu estudar e formar-se. Ingressou no curso de psicologia, graças a uma bolsa de estudo e apoio de alguns “anjos”.

“Como a minha vida nunca foi fácil, passei alguns anos procurando emprego. Confesso que várias vezes me deixei ir abaixo. Algumas pessoas sugeriram que pedisse pensão de invalidez. Obviamente que recusei. Não sou inválida!”, relata a jovem.

Entre estágios, não reembolsados, voluntários e inscrições em vários concursos, ela conseguiu o emprego que tanto ambicionava.

“A minha intenção sempre foi trabalhar com crianças com necessidades especiais. Porque sendo deficiente, elas se sentiriam melhor identificadas, e hoje trabalho na chamada Sala de Recursos, do Ministério da Educação, com crianças de diferentes escolas”, conta orgulhosa.

Entre o sonho de ser mãe e um AVC

Formada e a trabalhar, Sónia sentia que ainda não tinha realizado todos os seus sonhos. O principal, que era ser mãe, ainda estava pendente.

“O início da gravidez foi tranquilo, mas depois, porque fora da cadeira de rodas movimento-me com os joelhos e inclinada para frente, com os cotovelos no chão, ficou difícil para mim. Nem a minha mãe conseguia me carregar, como antes”, recorda sobre tempos difíceis da gravidez.

Apesar das dificuldades, conseguiu ter o seu filho, um menino e enfrentar as dificuldades que todas as mães solteiras e de “primeira viagem enfrentam”.

Mas, passado um ano do nascimento do filho, Sónia sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC), que a deixou em coma por um tempo, e ainda com algumas dificuldades com a fala e com os movimentos do lado direito do corpo.

Mas, como sempre faz, não desistiu. Após sessões de fisioterapia e com acompanhamento médico, voltou ao seu “normal”  e pôde regressar ao trabalho.

Atualmente, o seu filho tem três anos e ela diz não se arrepender por ter passado todas as dificuldades e considera-se uma mulher completa e com novos sonhos por alcançar, como ter casa própria e encontrar um amor para a vida.

Agradece o apoio que recebe diariamente dos amigos e do seu “anjo” que a carrega por toda a parte, mas o agradecimento especial é para a mãe que nunca desistiu dela, apesar de todos os obstáculos, a ajudou a lutar e a vencer.

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