Just Mercy é um drama baseado no livro Just Mercy, escrito por Bryan Stevenson. O filme acompanha a luta de um jovem advogado idealista (Michael B. Jordan) para libertar Walter McMillian (Jamie Foxx), condenado à morte injustamente pelo assassinato de uma jovem em uma pequena cidade no Alabama entre os anos 1987 à 1993.
A acusação contra McMiliian surge num ambiente onde o racismo é um traço social. A estrutura que deveria proteger a todos- polícia/sistema judiciário/governo- fecha propositadamente os olhos a uma parte da população.
Esta longa metragem trata dos problemas de condenar injustamente uma pessoa. Veio para emocionar e revoltar. Bonito, emocionante e necessário são os adjetivos que descrevem essa obra que toca num tema- que infelizmente ainda é manchete em vários países. Reacende, com louvor, o debate existente em torno das questões do preconceito racial e consegue ir além, criando uma ponte desse tema com outras questões pertinentes.
Just Mercy (Luta por Justiça) opta pelo caminho da empatia. Há um esforço do diretor e roteirista, Destin Daniel Cretton, para que se compreenda o motivo de cada personagem. Esse cuidado de não simplificar os personagens, ampliado por óptimas atuações, dá ao filme a verdade essencial para não romantizar uma narrativa baseada em fatos.
A direção de Cretton é impecável! O diretor consegue aliar sensibilidade e tensão em diversas cenas, coisas corriqueiras são mostradas de modo realista, que nos deixam abismados quando elas ocorrem com “pessoas de cor”. Algumas cenas arrancam lágrimas e podem deixar-te perplexo por um tempo.
O elenco está muito bem, destaque para Michael B. Jordan que conquista com o seu carisma o público e mostra um lado mais sério na sua interpretação. Jaime Fox também rouba a atenção e passa a emoção necessária para que possamos colocar em seu lugar. A trilha sonora aparece poucos momentos mas, quando aparece, acrescenta bastante emoção às cenas.
Just Mercy não inova em sua narrativa, nem possui uma técnica invejável, mas conta sua história com o coração de um modo que, com certeza, deve fazer-te refletir e emocionar. Num mundo onde aclama-se por mais empatia pelo próximo, este filme é mais do que obrigatório para se entender que cor, raça, género não definem caráter muito menos a culpa de alguém. Prepara o teu lencinho e vá conferir esse filme, boa sessão!
