O MpD garante o seu total apoio integral à decisão do governo de assumir o controlo da Cabo Verde Airlines.
Este apoio foi manifestado na terça-feira (22), em conferência de imprensa para reagir ao anúncio do governo sobre a intenção de reaver os 51% das acções da Cabo Verde Airlines e, assim, passar a deter o controlo da gestão.
“Não vislumbrando outra solução que possa sustentar um futuro sem sobressaltos para a empresa, o MpD suporta integralmente a decisão do Governo de assumir o controlo da empresa”, disse Luís Carlos Silva, Membro da Comissão Política Nacional do MpD.
Para justificar essa sua posição, o MpD fala dos constrangimentos pelas quais passou a Cabo Verde Airlines na sequência da pandemia.
“A 18 de março de 2020, o Governo confrontado com o registo do primeiro caso da COVID-19, em Cabo Verde, decidiu à semelhança de outros países, pela suspensão de voos de e para Cabo Verde, tendo provocado a paralisação completa da CVA, anulando a atividade comercial da empresa, mas despesas fixas com salários e serviços mínimos continuaram”, diz.
Diante deste cenário, acrescenta a mesma fonte, o Governo encetou negociações com o acionista LOFLEIDIR em busca de uma nova solução que permitisse, por um lado, a manutenção dos postos de trabalho de aproximadamente 300 colaboradores e, por outro lado, que viabilizasse o reinício das operações.
“Após um longo período negocial, pôde-se assinar um Acordo entre o Estado de Cabo Verde e a Loftleidir, em março de 2021, para a viabilização da empresa mesmo que temporariamente, obviamente num quadro de difícil previsão devido às incertezas que derivam da pandemia do COVID-19”.
O acordo previa a cedência de ambas partes em diferentes matérias como foi anunciado e, igualmente, compromissos e responsabilidades das partes para permitir o objetivo do reinício das operações de forma organizada e sem sobressaltos.
Entretanto, passados sensivelmente 70 dias após a assinatura do referido acordo e estando prestes a iniciar as operações, “o governo tendo feito uma análise sobre o cumprimento do acordo concluiu que, infelizmente, a outra parte não tem demonstrado níveis de engajamento e determinação necessários para manter a confiança na empresa e garantir a continuidade futura da empresa, bem como do ativo estratégico para a implementação do Hub”.
O MpD reafirma assim o seu apoio ao governo para dar continuidade ao “trabalho de Hércules” que tem empreendido para fazer frente à pandemia e as suas consequências diretas e indiretas, defendendo que o país deve ir até ao limite das suas capacidades para proteger as pessoas, proteger os rendimentos, proteger as empresa e a economia.
