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Sociedade

Cabo Verde de hoje reflecte um País independente há 46 anos?

Lourenço Gomes – Professor e e investigador – Praia / Santiago
– Entendo que sim. Cabo Verde é um país independente porque tem uma Constituição própria, tem seus símbolos nacionais, um Governo e demais órgãos de soberania que agem, de um modo geral, sem interferência externa. E mais, tem um sistema económico regulado por leis nacionais, embora com atividade protagonizada também por estrangeiros. Somos, em vários sentidos, um estado independente que desenvolveu, sem interferência de terceiros, sucessivas reformas no sistema educativo e de saúde. É um estado independente que organiza e controla as suas eleições sem pressões externas e com base na legislação nacional e seguindo calendários eleitorais próprios. É um estado independente que participa em organismos internacionais como a ONU, OUA e outros em seu próprio nome próprio e com voz como qualquer outro país indendente.

Andrea Gomes – Jornalista – Espargos / Sal – 26 anos
– Acho que sim. Depois de Amílcar Cabral ter criado o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), surgiu uma luz no fim do túnel, principalmente, para Cabo Verde. Podemos fazer uma comparação entre o nosso país e os países “irmãos”, observamos que temos uma maior liberdade de expressão, de expor as nossas ideias e críticas. De uma forma particular, notamos que um dos ganhos da independência foi a Liberdade de Imprensa, sendo que enquanto noutros países vizinhos os jornalistas exercem a sua função (a de informar) de uma forma aterrorizada e com medo dos poderes políticos e económicos, em Cabo Verde verificamos que os jornalistas trabalham de uma forma mais liberal.

César da Cruz – contabilista – Bela Vista / São Vicente – 61 anos
– Sim e não. Em algumas áreas avançámos imenso. Mas poderíamos ter avançado muito mais. É imperioso que avancemos mais, para recuperar o atraso em relação aos países desenvolvidos, para melhorar as nossas condições de vida. Mas com esse ambiente de laxismo, de deixar de andar, de quando der, em que vivemos, vai ser difícil. Há coisas simples, que dependem só da vontade, do querer. Nem é uma questão de dinheiro, de investimento.

Jéssica Martins – empreendedora Sombento / Santa Catarina / Santiago – 24 anos
– Cabo Verde pode se considerar um país independente sim, porém, não completamente. Isto porque ainda dependemos muito da ajuda dos outros países, principalmente a nível financeiro e em termos de saúde, e não só. No meu ponto de vista, essa dependência impede-nos de ser um país totalmente independente.

Henrique Varela – sociólogo – Assomada – 47 anos
– A independência permitiu a construção de uma nação livre e capaz de traçar as orientações nos mais diversos segmentos junto à sociedade. A independência alavancou o país para dar os primeiros passos de forma autônoma. No setor da educação, ao que me encontro ligado enquanto professor, houve a alfabetização da população e depois hoje temos a massificação e qualificação da educação com a construção de várias escolas e universidades e a formação permanente de professores. No domínio da saúde houve também fortes investimentos na formação dos profissionais. O país vive em estabilidade política, económica e social razoáveis. Isto ajuda a explicar parte do nosso sucesso enquanto nação livre e independente. É claro que sempre se poderia fazer mais.

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