São três jovens músicos, naturais da ilha do Fogo, que têm se aventurado nas noites de música da capital do país. Depois de acompanhar vários artistas de renome nacional e marcar presença em festivais consagrados no país, a banda está a trabalhar no primeiro trabalho autoral. Querem, por outro lado, levar a sua música além fronteiras e promover os ritmos foguenses lá fora, com especial atenção no Talaia Baixo.
Michel Andrade (guitarra/voz), Júnior Barbosa (teclado/voz) e Valter Cardoso (cavaquinho e baixo) compõem o Triu di Fogo, banda fundada em 2015. Após colaborações em trabalhos de vários artistas renomados cabo-verdianos, como é o caso de Beto Dias e Grace Évora, e participações em festivais consagrados, como Kriol Jazz e AME, chegou a hora de trabalhar no próprio disco.
Por agora, o grupo está focado em produzir o primeiro single e respectivo videoclip, com previsão para o início de 2022 e fazer a sua primeira digressão no exterior, para o qual já estão a trabalhar com um produtor radicado nos Estados Unidos da América.
“Já começamos a escrever a nossa música e a trabalhar num projecto para um possível disco. Estamos atrás de patrocínio, e o objetivo é, até o início do próximo ano, ter pelo menos, um single no mercado”, projetou Júnior Barbosa, um dos integrantes da banda.
Música do Fogo como bandeira
O seu repertório tem sido fundamentalmente de músicas tradicionais, desde o Funaná, Coladeira e Talaia Baixo, este último típico da sua terra natal, mas também de ritmos como Zouk e Kizomba.
O Talaia Baixo, aliás, está aliado aos planos futuros do grupo, que quer também projectar a ilha do Fogo, através da música, em especial deste ritmo identitário.
“Para além do Talaia Baixo, tem também a Banderona e Mazurca, que já fazem parte do nosso estilo. O Talaia Baixo podemos dizer que é a nossa marca. Não pode faltar no repertório”, explica Michel Andrade.
Mesmo assim, garantem, o repertório é sempre baseado em vários estilos, de modo a abranger todos os gostos.
Internacionalização
Neste momento o grupo está a trabalhar com o produtor musical Tony Araújo, radicado nos Estados Unidos, para uma possível digressão já no próximo ano.
A banda ambiciona se apresentar em palcos renomados, em países como Portugal, França, Luxemburgo, Holanda, Alemanha e os Estados Unidos da América.
“A primeira dificuldade era encontrar um manager para apostar no nosso trabalho. Já temos uma luz verde, que é o interesse do agente Tony Araújo, que entrou de cabeça neste projecto. Depois é conseguir o visto, que não é fácil, principalmente por causa desta pandemia”, explica a banda.
Biografia
A banda foi fundada em 2015 por Valter Cardoso e Júnior Barbosa. Michel Andrade chegou mais tarde para formar o trio, que tem subido vários palcos, desde a ilha de Santiago, Fogo, São Vicente, Sal e Boa Vista.
Juntos ou de forma individual, os elementos já tocaram em vários festivais nacionais, tais como o Kriol Jazz, Atlantic Music Expo, Festival da Gamboa e Festas de Nhô San Filipe.
Dois dos integrantes já tiveram participações também em performances em Portugal, Senegal e Angola.
Do role de colaborações, contam nomes como Neuza de Pina, Beto Dias, Grace Évora e vários outros.
