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Economia

Santo Antão: Agricultores do vale da Ribeira Grande abandonados e sem água

Um grupo de Agricultores do vale da Ribeira, concretamente das zonas de Chã de Banca de Coculi e Chã de Pedra, em Santo Antão, sente-se abandonado pela delegação do Ministério do Ambiente e Agricultura do concelho, especialmente quanto à gestão da água para rega, numa altura em que se prevê mais um mau ano agrícola. A empresa Água de Rega, dizem, nem dá a cara.

O problema foi exposto à Inforpress  pelo agricultor e proprietário Pedro Correia, que explicou que há “vários” anos que sofrem com a seca nestes lugares devido a “má gestão da água”.

E o problema, diz, tem-se agravado, porque este ano não choveu, e os vários furos feitos pelo MAA nessas localidades, não foram equipados em “condições” para fornecerem água aos agricultores.

“Temos, à volta dessas localidades, quase seis furos, mas o MAA não foi capaz de os equipar e nem fez a doação de tubos para os proprietários usufruírem do mesmo”, enfatizou Pedro Correia.

A “secar”

Este camponês alertou que todas as propriedades daquela localidade estão a secar e já “não sabem a quem recorrer”.

“Desde a altura da passagem do furacão Fred, estive na delegação do MAA, por várias vezes, alertando o delegado que havia a necessidade de colocarem nos seus planos de actividade, pelo menos, 1500 metros de tubos para minimizar esse problema da seca, nessa localidade, e até hoje estamos à espera”, reclama Pedro Correia.

Conforme Pedro Correia, há a água da nascente, mas a sua distribuição é “deficitária” e não há fiscalização da mesma.

“Quando os mirim d´ água, que são os “encarregados de distribuição de água”, colocam a água nas lavadas, outras pessoas vão com os seus tubos e desviam toda a água, e não fica nenhum pingo no depósito para distribuição”, denunciou Pedro Correia.

Abandonados

Já um outro proprietário e agricultor, Campos Monteiro, afirmou que há anos que não veem “ninguém” do MAA nestas zonas, com excepção dos extencionistas rurais que visitam os agricultores quando há alguma cultura.

“Temos lei, mas não há quem zele pelo cumprimento da mesma. A própria comissão de agricultores destas localidades sente uma certa impotência para resolver a situação da água. É preciso que as autoridades tomem medidas. Temos essa empresa que é Água de Rega, que apareceu por aqui, mas até então não deu sinal de vida”, salientou Campos Monteiro, que acentuou a necessidade de haver uma “intervenção” do Governo para os agricultores possam ter a capacidade de fazer uma boa gestão da água.

O delegado do Ministério do Ambiente e Agricultura da Ribeira Grande, Orlando  Delgado, ainda não respondeu às denúncias feitas.

C/ Inforpress

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