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Economia

Ministro das Finanças defende uma “liderança forte”  para afirmação de África

O vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia, admitiu, na ilha Sal, a necessidade de uma “liderança forte” para que África se afirme como um continente de futuro.

O governante falava numa mesa redonda sobre o reforço da posição da África no sistema financeiro internacional, no âmbito da Conferência Económica Africana, que decorre no Sal, durante três dias.

“Para que isto aconteça, é fundamental que tenhamos instituições, uma classe média forte, um controlo social forte (…) e é por isso que é fundamental o investimento do sector privado”, sublinhou, ao mesmo tempo que admitiu que cabe à liderança africana promover o desenvolvimento africano.

“Se isso acontecer, criaremos uma linha de oportunidades e os talentos irão fazer as coisas acontecer, nas indústrias criativas, no turismo, nas infra-estruturas, nos transportes, nas tecnologias e nos demais sectores de actividade económica e social”, provocou.

O governante, para quem os problemas do financiamento em África são anteriores à covid-19, declarou que a pandemia só veio amplificar esse desafio, não devendo os países africanos, conforme disse, “confundir” as consequências da covid-19 com os desafios de financiamento e o desenvolvimento de África.

“Dados que temos de 2010/2018, já diziam que os fluxos externos em África estavam a diminuir, a poupança privada estava a diminuir também – menos 17 por cento (%) -, assim como as receitas públicas em África (-18%) de 2010 a 2018. Isso não tem nada a ver com a covid-19”, relatou.

Segundo Olavo Correia, é “quase dramático” ver que um continente que é credor, à escala global, esteja a pedir recursos financeiros à comunidade internacional para a sua própria sobrevivência.

Combater saída de fundos ilícitos

Neste contexto, analisando que aquilo que sai de fundos do continente africano é “muito superior” à dívida africana, o governante indicou que se se conseguir combater só a saída de fundos ilícitos, a África terá uma parte substancial de recursos que precisa para financiar o seu desenvolvimento.

“E essa responsabilidade é coletiva, em primeiro lugar uma responsabilidade dos líderes africanos, mas também dos países desenvolvidos onde são colocados esses recursos”, apontou.

Olavo Correia concluiu enfatizando que África é um continente de oportunidades, que está num processo de mudança e de transformação.

“Um continente que tem uma infinidade de recursos materiais, humanos e naturais. O que falta em África, no fundo, é uma liderança alinhada com esses desafios e um continente que trabalhe pela colectividade e que seja também criativo”, finalizou.

C/ Inforpress

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