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Cultura

Fogo: Festa da Banderona volta a Campanas de Baixo

Depois de cancelada, o ano passado, devido à covid-19, a maior festa tradicional da bandeira da ilha do Fogo, a “Banderona”, volta a Campanas de Baixo. A abertura oficial da festa arrancou no sábado,5, com a construção das barracas. Decorreu ainda um almoço popular, pilão, actuação de Dj, do violinista Breka, assim como Nenelo & banda.

Filipe Pereira, membro da comissão de festa, citado pela Inforpress, avança que, de acordo com o cartaz da edição 2022 das festas da Banderona, publicado nas redes sociais, as festas vão decorrer até 28 de Fevereiro, com maior destaque aos fins de semanas.

A nível musical destaca-se ainda a actuação, até o último dia, de artistas locais como Vávo & banda, Show de Pina, Fogo em Chama, sendo que para o último fim-de-semana está programada actuação de artistas e grupos mais consagrados como Dú Marthaz, Grace Évora, Dj Cash, Buguin Martins & banda e Ferro Gaita.

A programação incluiu ainda almoço convívio com pessoas idosas e crianças de Campanas de Baixo, entrega de kits escolares, jantar com amigos da localidade de Campanas de Baixo, desfile de motas São Filipe/Campanas de Baixo.

Recorde-se que a festa de São João Baptista, apelidada de “Banderona” por ser a festa tradicional da bandeira, com maior duração celebrada em toda a ilha e a segunda que movimenta maior número de pessoas, depois da festa da bandeira de São Filipe, 01 de Maio, tem um carácter nacional e internacional e com deslocação de vários emigrantes e pessoas residentes noutras ilhas.

A festa da “Banderona” ou da Bandeira de São João Baptista surgiu há mais de dois séculos e conforme reza a lenda “na altura, as pessoas ouviam, no “assobiar” do vento, sons comparados com o toque de tambor e cantigas no ar, ao longo de uma semana”, seguidos de relâmpagos e trovões, tendo um raio caído numa ribeira onde brincavam algumas crianças.

A “Banderona” tem alguma diferença com outras festas assinaladas no Fogo. A sua figura principal é o “cordidjeru” (governador), que dirige e superintende todas as actividades da festa.

Nela participam cavaleiros, detentores de bandeiras (guardiões das bandeiras e da ordem, paz e harmonia), um juiz que preside e juntamente com o “cordidjeru”, assegura a votação ou nomeação dos festeiros para o ano seguinte, e um corpo de “coladeiras” integrado por homens e mulheres, acompanhados de “caxerus” ou tamboreiros.

Outra figura da festa é o de “refugiado ou ladrão” que é uma espécie de “canisade” que durante a festa só aparece no dia da matança, no último sábado antes do almoço, com intenção de roubar os produtos como carne, mandioca e outros.

Em 2021 foi a primeira vez que há memória que a festa da Banderona não se realizou na comunidade de Campanas de Baixo devido a pandemia da covid-19.

C/Inforpress

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