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Economia

Aperta-se o cerco ao roubo de energia: Electra, IGAE e PN no terreno a partir de amanhã

A Electra e a Inspecção-geral das Actividades Económicas (IGAE) rubricaram hoje um protocolo, visando combater o roubo de energia eléctrica. A partir desta sexta-feira, 04, as duas entidades estarão no terreno, acompanhadas da Polícia Nacional para “pôr cobro” a este flagelo.

Segundo o presidente do conselho de administração da Electra, Luís Teixeira, a estratégia é unir as competências e recursos das duas instituições, e, sobretudo, “apoiar na lei e ir ao terreno fiscalizar, actuar, não só de uma forma repressiva, mas também preventiva”.

“Vamos sensibilizar os operadores económicos, no sentido de não enveredaram por esse mal, mas os que insistirem, vamos ter que actuar com base nas nossas competências e com base na lei”, advertiu Luís Teixeira.

De acordo com a mesma fonte, os dados de 2021 apontam para 25,5% por cento (%) de perdas elétricas, perdas técnicas e não técnicas, que são as perdas comerciais que têm a ver com o roubo de energia, tendo reforçado que são “números preocupantes”, já que representam uma perda de “mais de 2,8 milhões de contos, em média, por ano”.

Estes números colocam em causa a sustentabilidade da empresa, da economia, mas também da segurança energética do País, referiu Teixeira.

Por isso, a Electra pretende actuar em várias frentes, nomeadamente na parte da tecnologia, com a introdução de mais contadores inteligentes. Neste momento são mais de dois mil, mas, almeja-se introduzir mais sete mil.

“Há pessoas que querem pagar, mas não conseguem. Porém, estamos a falar de operadores económicos que são pessoas que podem pagar, então tèm que pagar, e a única forma é aplicando a lei, senão ninguém vai ter esses serviços”, concretizou o presidente do conselho de administração da Electra.

Lembrou ainda que o Governo já introduziu tarifas sociais que, atualmente, beneficiam “mais de 15 mil pessoas”, sendo que o bairro de Eugénio Lima tem perdas “superiores a 80%”, e outros “da classe média” como Palmarejo e arredores, com perdas que representam mais de 40%.

“Mas, a energia roubada é superior no bairro de Eugénio Lima”, precisou.

Protocolo com a Polícia Nacional

Luis Teixeira comunicou ainda que, na quarta-feira, 02, um técnico da Electra foi agredido no bairro de Achada de Santo António, pelo que a empresa está a tomar todas as medidas, garantindo, ainda, que “não se vai intimidar”.

Neste sentido, informou que a Electra vai assinar também um protocolo com a Polícia Nacional, para que os técnicos tenham “mais proteção policial”, uma vez que “são diariamente ameaçados verbal e fisicamente”, tendo apelado aos incumpridores a “não se enveredaram” por esse caminho.

Por sua vez, o inspetor-geral da Inspecção-geral das Actividades Económicas (IGAE), Paulo Monteiro, avançou que a instituição que dirige, juntamente com a Electra e a Polícia Nacional, vai combater o roubo de energia, cada um na sua área.

“Ainda hoje vamos começar a traçar os alvos e, a partir de sexta-feira, estaremos no terreno com os inspectores, a PN e com os técnicos da Electra para resolver este problema”, advertiu o inspector-geral.

Inspectores insuficientes

Quanto ao número de inspectores, que neste momento são 10, disse que o número nunca chega por causa do manancial do trabalho que a IGAE tem, no entanto, sublinhou que se trata de uma questão de estratégia.

Entretanto, lembrou que a IGAE já tem aval do Governo para recrutar mais inspectores, mas garantiu que, com aqueles de que dispõe neste momento, pode fazer um “bom trabalho”.

Paulo Monteiro salientou ainda que a instituição, enquanto autoridade policial na área de crime económico, será um “bom parceiro”, tendo garantido que situações de agressão “já não se põe mais”, já que terão a presença da Polícia Nacional.

“Primeiramente é a sensibilização dos operadores. Se não funcionar, vai ser musculado”, avisou, apontando que o protocolo ora assinado tem a vigência de um ano renovável.

Segundo dados divulgados pela Electra SA, as perdas totais de electricidade em 2021, em Cabo Verde, representaram mais de 25% da produção nacional, ou seja, um total de 112.432.364 kilowatts/hora (kwh).

C/ Inforpress

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