PUB

Sociedade

Diretora de Informação da Inforpress pede demissão e alega ingerência do administrador

A diretora de informação da Inforpress, Maria de Jesus Barros, pediu demissão do cargo por, alegadamente, sofrer ingerência nos assuntos da redação, por parte do administrador único, José Vaz Furtado. Este último nega a suposta ingerência e diz que o que fez foi, enquanto administrador, dar sugestões de melhorias.

Contactada pelo A NAÇÃO, Maria de Jesus Barros, empossada em dezembro de 2021, confirmou a informação, e disse tratar-se de uma situação normal de gestão.

“Desde que eu assumi o cargo, deparei-me com algumas situações, entre as quais uma tentativa do administrador de fazer do diretor de informação uma coisinha e interferir nos assuntos da redação. Nós entramos em confronto, ele fazia sempre questão de demonstrar que ele é quem manda, e eu vi que, se calhar, não há necessidade de ele ter uma diretora de informação”, explicou Maria de Jesus Barros.

Também, em carta dirigida aos colegas, Maria de Jesus Barros diz que, primeiro, o administrador “tentou impor um chefe de redação que estava impedido pela lei de exercer o cargo”, apesar dos seus alertas, para além de negar dizer-lhe o nome do advogado da empresa, perante um caso no tribunal, com os argumentos de que esse assunto devia tratado ao mais alto nível.

Em segundo lugar, diz, o administrador chegou a indigitar jornalistas para trabalhos e a reunir com o pessoal de multimédia e os editores, sem nenhuma concertação prévia com a Directora de Informação, para dar aulas de fotografias e de jornalismo, numa atitude “arrogante”, e sabendo que uma das funções da Directora de Informação é servir de intermediária entre a redação e a administração.

“Ademais vinha tomando medidas que tinham a ver diretamente com a redação, como autorização de férias ao jornalista, alteração do horário dos condutores e não comunicava à Directora de Informação”, explicou.

Barros acusa ainda o administrador único de ter dito que não precisava das suas opiniões, sugestões e ideias “porque para ele elas não valem nada, e porque ele toma as suas decisões em concertação com o secretário de Estado e Vice-Primeiro-ministro, que detém a tutela, dando ideia que não precisava da direcção da Informação ou de outra chefia intermédia qualquer, para gerir a Inforpress”.

Alegações falsas

O administrador único da Inforpress, José Vaz Furtado, por sua vez, diz que as alegações são falsas.

“São um conjunto de acusações falsas. Eu nunca interferi no trabalho dos jornalistas. O que eu fiz foi, enquanto administrador, apresentar sugestões de melhorias, porque eu também tenho responsabilidades”, alegou.

José Vaz Furtado diz que as suas sugestões foram na perspectiva construtiva, no intuito de melhorar a redação, e nunca de interferir nas valências da direção.

“Ela tinha total liberdade, tanto é que fazia e desfazia na redação, sem consertar com a administração”, acusa, acrescentando que ontem, numa reunião que tiveram, a diretora “extrapolou” e não teve outra alternativa senão aceitar o pedido de demissão, feito desde o dia 17 de janeiro.

“É um acto de gestão. Isto é normal e não tem nada além disso”, minimiza.

De recordar que Maria de Jesus Barros assumiu o cargo de diretora de informação desde 22 de novembro, como interina, e foi nomeada no dia 09 de dezembro.

O jornalista Hélio Robalo é agora o diretor interino da agência de notícias.

PUB

PUB

PUB

To Top