Os pescadores, peixeiras e trabalhadores ligados à pesca, no Porto Inglês, Maio, receberam, esta segunda-feira, uma visita do ministro do Mar, Abraão Vicente, para auscultar as suas reivindicações e divulgar a política do Governo, que abrange uma linha de crédito e incentivos para o sector. As associações representantes mostraram-se satisfeitas com o encontro, fazendo fé de que as promessas se concretizem o mais breve possível.
A intenção, segundo o governante, é a formalização desta actividade económica para que a classe possa estar incluída na carreira e no sistema do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), e possa conseguir a reforma.
No âmbito das linhas de crédito, criadas no plano da retoma económica para o sector da pesca artesanal e semi-industrial, o governante explicou que incluem, de entre “vários apoios”, 100% para fibragem dos botes e a instalação de guinchos nas principais zonas piscatórias do país.
O programa inclui ainda, para a ilha do Maio, a reabilitação da casa de abrigo de porto cais, assim como o financiamento a 50% aos pescadores que queiram adquirir embarcações ou motores de popa.
“Houve também aqui um consenso para mais formação dos jovens que queiram iniciar na pesca ou que já estão a laborar no sector da pesca”, frisou, salientando que o sector da pesca não pode continuar da forma em que se encontra neste momento.
Cadeia de valor
No que toca ao sector do frio, o ministro defendeu que é preciso uma atenção, assim como para o sector da transformação, nomeadamente para a produção de produtos como hambúrgueres e outros, numa ilha com “forte potencial” no sector das pescas.
“O objectivo é que as pessoas percebam toda a cadeia de valor do sector das pescas, desde a construção naval até aos materiais de pesca, as condições de navegabilidade e a transformação do pescado”, precisou, garantindo que, no decorrer deste semestre, os pescadores da vila da Calheta vão ter uma nova máquina de gelo.
Associações satisfeitas
Por seu lado, o presidente da Associação dos Pescadores Vindos do Norte, Marcelino dos Santos, mostrou-se “satisfeito” com a realização do encontro, ao mesmo tempo que dava conta de “algum espanto” com a notícia de que a nova máquina de gelo destinada para aquela localidade só vai ser possível a partir do mês de Maio.
Isto porque, assinalou, a associação tinha a garantia de que tal seria “uma realidade no final do ano passado”. Mesmo assim, disse esperar que esta promessa venha a ser realidade, brevemente.
Um outro aspecto destacado é o apoio às peixeiras na confecção de hambúrguer feito à base de peixe, porque, conforme admitiu Marcelino dos Santos, tal vai permitir à classe ter um rendimento com a venda do produto, não somente na ilha do Maio.
O presidente da Associação dos Pescadores Vindos do Sul, Carlos Santos, por seu lado, considerou que se tratou de um momento “frutífero”, uma vez que receberam promessas de que as suas reivindicações vão ser levadas em conta, precisamente sobre a criação de um mercado de peixe, algo que há muito tempo vinha ser reclamado, tanto pelas peixeiras como pelos pescadores da cidade do Porto Inglês.
A garantia de uma linha de crédito para aquisição de botes e motor de pesca, assim como formação para mestre de pesca e navegação, são aspectos que os deixam igualmente satisfeitos, diz a mesma fonte.
C/ Inforpress
