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Santo Antão

Porto Novo: Familiares pedem celeridade da justiça em alegado caso de negligência médica

Kleiton Djon

Os familiares de Antónia da Cruz, falecida há quatro anos, em São Vicente, pedem celeridade da justiça em dar resposta a um alegado caso de negligência médica. Apesar da pressão feita, contam que não têm sido informados acerca do avançar do processo, o que tem deixado a família apreensiva. 

O caso remonta a Agosto de 2018, quando Antónia da Cruz procurou os serviços médicos do centro de saúde do Porto Novo, em Santo Antão, com queixas de dor na coxa direita, com irradiação para o membro inferior do mesmo lado.

Conforme conta o filho da vítima, Kleiton Djon, ao A NAÇÃO, a mãe foi atendida e administrada uma ampola de Tramadol endovenoso, o que fez com que, como diz, minutos depois iniciasse um quadro de paragem cardiorrespiratória.

 “Aplicaram a injeção sem saber se havia alguma contra-indicação. Já medicada minha mãe ficou pior do que estava, a sentir-se mal com vômito e convulsões”, conta Kleiton Djon.

 Apesar das tentativas de reanimação, a vítima não respondia aos estímulos, como detalha o filho, o que levou à sua evacuação, em estado grave, para o Hospital Baptista de Sousa, em São Vicente. No entanto, o quadro agravou-se um dia depois, levando a paciente a óbito.

Autópsia confirma morte por injeção

Insatisfeitos com o desfecho do caso, os familiares solicitaram a autópsia para averiguar a causa da morte de Antónia da Cruz, com 39 anos. Conforme consta no documento, que o A NAÇÃO teve acesso, a vítima faleceu de depressão respiratória após administração de Tramadol intravenosa e edema agudo no pulmão.

Com o resultado da autópsia em mãos, os familiares deram entrada no Tribunal da Comarca de São Vicente, em Setembro de 2018, de uma queixa-crime contra o médico e a enfermeira que atenderam Antónia da Cruz no Porto Novo e ainda contra uma outra médica, em São Vicente, que estava a trabalhar sob regime de chamadas do Hospital que não teria atendido o telefone para socorrer a vítima em questão.

“Lentidão da justiça”

Contudo, passados quatro anos do sucedido, os familiares queixam-se da falta de informações e da lentidão da justiça em dar desfecho ao caso.

 “Nós queremos justiça. Se houve erro médico queremos que os responsáveis sejam responsabilizados. Contudo, o processo tem demorado e não há informações. Um dos nomes citados no processo, a médica em São Vicente, viajou para Cuba e, segundo o Tribunal, isso tem atrasado as coisas, mas não tem sentido atrasarem um processo porque um dos nomes não está no país”, diz Kleiton Djon com indignação.

Antónia da Cruz, 39 anos, deixou cinco filhos, sendo um menor de idade e os familiares pedem celeridade da justiça porque, como dizem, não vão descansar enquanto os culpados não forem punidos.

Publicada na edição semanal do jornal A NAÇÃO, nº 769, de 26 de Maio de 2022

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