PUB

Saúde

Cientistas cabo-verdianos na descoberta de novas formas de diagnosticar anemia falciforme

Bioanalítica, um grupo de investigação que envolve cientistas cabo-verdianos e de outras nacionalidades, descobriu uma maneira mais fácil e rápida de detectar anemia falciforme, uma doença que mata 100 mil pessoas anualmente. Segundo António Maximiano Fernandes, o estudo aponta que em Cabo Verde, especificamente em Santiago, a taxa de prevalência desta doença varia entre 5 e 8%.

Um grupo de investigação denominado “Bioanalí- tica”, que inclui nove investigadores cabo-verdianos, descobriram recentemente, novas formas de diagnóstico de anemia falciforme, uma doença que mata 100 mil pessoas anualmente.

Em termos técnicos, a conclusão do estudo divulgado no portal American Chemical Society, dos Estados Unidos da América diz que a técnica desenvolvida consiste na polinerizacão rápida da hemoglobina com defeito dentro das células, sendo que a técnica mais comum até agora foi inventada por Linnus Pauling e colaboradores desde os anos 30.

Método mais fácil e rápido de detectar anemia falciforme  

Em termos mais simples, António Maximiano Fernandes, um dos pesquisadores cabo-verdianos responsável pelas pesquisas, explicou ao A NAÇÃO que a descoberta se traduz em uma maneira mais fácil e rápida de detectar anemia falciforme sem ter de esperar muito tempo, sendo que “o novo método” pode ser implementado nas análises de urgência.

O jovem cientista, natural de Santa Cruz, interior de Santiago, avançou que o estudo foi iniciado no mês de Março de 2016, sendo então desenvolvido até agora.

“Esta descoberta irá ajudar a salvar vidas, isto porque a anemia falciforme é muitas vezes uma doença silenciosa, e caso não diagnosticada pode causar várias complicações desde dores fortes, tromboses, AVC, etc.”, explica Maximiano, sublinhando que o método actual superou a técnica actual de diagnóstico adotada pela Organização Mundial de Saú- de (OMS) desde os anos 30 do século passado.

Caso de Cabo Verde, especificamente em Santiago

Sobre a situação de Cabo Verde, aquele especialista diz que os estudos feitos apontam uma prevalência considerável, sendo estes os primeiros de alguns estudos realizados na ilha de Santiago.

“Nossos estudos mostram resultados semelhantes. Pelo menos na ilha de Santiago, o gene responsável pela doença está em 1 em cada 40 indivíduos. Isto, embora a maioria seja heterozigoto, ou seja, não manifesta sintomas. Sendo assim, testamos os experimentos e fizemos vários estudos na população, onde verificamos taxa de prevalência que variou entre 5 a 8% na ilha de Santiago” revela.

O estudo estima assim que em cada 40 crianças nascidas aproximadamente um (1) pode possuir o gene que determina o aparecimento desta patologia, acrescenta o investigador.

Esta descoberta no ramo de investigação científica já pode ser implementada nas análises de urgência, segundo o nosso entrevistado. “Isto para que as pessoas possam procurar com mais frequência os serviços para realização dos exames”, afirma.

Confira a reportagem na íntegra na edição semanal do jornal A NAÇÃO, nº 823, de 08 de Junho de 2023

PUB

PUB

PUB

To Top