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Conferência Económica Africana apela a uma maior vontade política para estimular a industrialização do continente

A conferência de três dias teve início na capital da Etiópia, Adis Abeba, na quarta-feira,15, sob o tema “Imperativos para o desenvolvimento industrial sustentável em África”. Esta que é a 18ª edição, reuniu especialistas, o setor privado, investigadores e jovens para debater os desafios e as perspectivas da industrialização em África.

Num discurso de boas-vindas, o Presidente da Etiópia, Sahle-Work Zewde, sublinhou a importância da industrialização como um motor essencial do crescimento económico inclusivo.

“A necessidade de mudar a narrativa da industrialização de África para um desenvolvimento industrial inclusivo e sustentável tornou-se mais imperativa; os países africanos precisam de construir um setor industrial robusto que possa resistir a choques externos”, afirmou a chefe de Estado.

Salientou, ainda, que as políticas industriais devem centrar-se no apoio ao desenvolvimento industrial nacional e na promoção de uma maior produtividade e competitividade, sublinhando que a COVID-19 ensinou lições difíceis sobre a vulnerabilidade da produção global e das cadeias de valor a vários choques.

África alberga algumas das economias de crescimento mais rápido do mundo

“África alberga algumas das economias de crescimento mais rápido do mundo, com uma base de capital humano atrativa, dominada por uma população jovem em comparação com as populações envelhecidas de outras regiões, sendo, por conseguinte, considerada como o futuro mercado de trabalho emergente. Apesar disso, o ritmo da industrialização e da transformação económica em África continua lento, em comparação com outras regiões” afirmou ainda.

O Subsecretário-Geral das Nações Unidas e Secretário Executivo da Comissão Económica para África (ECA), Claver Gatete, apelou à conferência para explorar as políticas e as capacidades institucionais necessárias para a industrialização sustentável, o desenvolvimento inclusivo e a transformação estrutural.

“Isto ajudar-nos-á a reconstruir e a sair mais fortes das crises”, afirmou, acrescentando que a implementação do acordo da Zona de Comércio Livre Continental Africana (AfCFTA) é também crucial.

Gatete afirmou o compromisso da ECA em apoiar os países e as comunidades económicas regionais a desenvolver estratégias de implementação nacionais e regionais para os ajudar a integrar o acordo de livre comércio nas suas prioridades nacionais e a identificar áreas de vantagem competitiva.

Pensar em África e para a África

Numa apresentação, o Economista-Chefe e Vice-Presidente do Banco Africano de Desenvolvimento, Kevin Urama, exortou os países africanos a pensarem de forma diferente e a implementarem políticas transformadoras que acelerem a capacidade de produção nacional e incentivem o consumo de produtos fabricados localmente.

“Políticas como o conteúdo local e o ‘franchising’ podem dar frutos fáceis de colher”, afirmou Urama, acrescentando que África também possui os recursos naturais necessários para liderar a revolução tecnológica dos veículos elétricos.

Numa intervenção online, Fatou Haidara, Diretora-Geral Adjunta da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (ONUDI), citou a população jovem de África, as vibrantes pequenas e médias empresas, o potencial das energias renováveis e os recursos naturais abundantes como o potencial para o sucesso do continente.

“A capacidade de produção local, o acesso inclusivo aos mercados financeiros globais, as cadeias de valor sustentáveis e a ação climática são pré-requisitos necessários para uma África próspera”, afirmou Haidara, sublinhando o compromisso da UNIDO em apoiar os países no desenvolvimento da capacitação, análise e aconselhamento político baseado em evidências.

O evento foi organizado pelo Banco Africano de Desenvolvimento, pela Comissão Económica das Nações Unidas para África e pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.

C/ African Development Bank Group (AfDB).

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